O desmame, quando feito de forma muito rápida, pode ser algo traumático para o bebê. O aleitamento exclusivo é uma fase importante para a criança, pois ela está acostumada ao peito e vínculo maternos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas da área ensinam a substituir, aos pouquinhos, o leite materno por outros alimentos. “Também é importante seguir as orientações do pediatra para não prejudicar a nutrição do bebê“, afirma a pediatra Camila Reibscheid, do Hospital e Maternidade São Luiz.
Para saber quando o momento certo para iniciar o desmame e quais os cuidados necessários, confira nossas 6 recomendações:
1) Idade certa
A OMS recomenda que o desmame exclusivo de leite materno seja feito somente depois dos seis meses de vida. Em seguida, os pais podem começar a introdução de outros alimentos no cardápio junto ao aleitamento materno, que continua até os dois anos. Segundo a pediatra Lúcia da Silva, da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, pode ocorrer que o bebê desmame completamente antes de completar dois anos de idade. “É comum que, a partir de um ano de idade, o bebê já vá largando o peito conforme consome uma maior variedade de alimentos”, afirma. “Mas é preciso consultar o pediatra para ter certeza de que o leite materno não fará falta.”
2) Planeje a volta ao trabalho
Voltar ao trabalho no fim da licença maternidade é um problema que atinge muitas mamães, pois elas acabam não conseguindo dar todas as mamadas de que o bebê necessita durante o dia. A solução é simples: basta tirar o leite do peito e fazer um estoque em casa. De acordo com o Ministério da Saúde, o leite materno dura 24 horas na geladeira e até 15 dias no freezer. Para descongelar, também é simples: a mamãe deve deixar o leite dentro da geladeira até que ele descongele, e aquecê-lo em banho-maria antes de dar ao bebê.
3) Qual é o ideal: mamadeira ou copinho?
A mamadeira já foi a preferida, mas isso é passado entre os médicos. O ideal é usar um copinho ou uma colher. Pode parecer estranho, mas dá certo. Até mesmo bebês prematuros são alimentados dessa forma. Se o seu filho não se adaptar logo de início, você pode usar um canudo. A mamadeira tem várias desvantagens: a criança acostuma demais com ela e irá sofrer para desapegar. O bico é anti-higiênico por ser difícil de limpar. Sem contar que a mamadeira pode prejudicar a formação de toda a estrutura da boca do bebê e ainda trazer outros problemas de saúde, como otite (o bebê precisa estar deitado para usá-la e o leite pode entrar no conduto auditivo, já que há uma passagem entre nariz, ouvido e garganta).
4) O desmame prejudica o vínculo entre a mãe e o bebê?
Por um lado, esta afirmação não deixa de ser verdade: a amamentação permite um contato mãe-bebê muito forte. Porém, é possível continuar esse vínculo mesmo depois do desmame, segundo a pediatra Camila. “Na verdade, a mãe cria uma ligação tão poderosa durante a fase exclusiva de amamentação que não se perde depois, basta mantê-la”, explica. Esta ligação pode ser mantida através de conversas, carinho, músicas, colo, brincadeiras e outros hábitos do dia-a-dia.
5) Introdução de outros alimentos
A OMS costuma recomendar: a partir dos seis meses, o bebê pode começar a comer sucos e frutas em papa. Aos sete meses, pode começar comer papinhas salgadas. Alimentos em geral são permitidos quando o bebê completa um ano. “Recomendo, porém, evitar dar muito sal e açúcar para preservar o desenvolvimento e a saúde do bebê”, diz Lúcia da Silva.
6) Tipos de leite
“Quando a criança deixa de vez o leite materno, o leite que precisa ser introduzido é sempre o de fórmulas infantis, nunca o leite de vaca”, orienta Camila Reibscheid. As fórmulas lácteas são enriquecidas com nutrientes importantes ao bebê. Estes nutrientes são, normalmente, escassos no leite de vaca – como o ferro, por exemplo. Converse com seu pediatra, pois ele poderá indicar qual fórmula é melhor, de acordo com as condições do seu bebê.
Confira o vídeo a seguir falando tudo sobre o desmame:
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