Comum na época das avós, a ducha vaginal vem perdendo adeptas, mas ainda faz parte da rotina de mulheres que acreditam estar em busca de uma limpeza completa. A origem do problema está no entendimento errado, antigo, mas que ainda perdura, de que a vagina seria um local “sujo”. Você está entre elas?
É importante saber que o órgão feminino pode ser mais limpo até mesmo que a boca e sem precisar de qualquer lavagem interna. O problema da ducha é que ela não apenas limpa a vagina, como também manda embora toda a defesa existente nela. Ou seja, você usa o acessório com a melhor das intenções, mas o resultado que produz é totalmente oposto daquilo que busca.
Por que a ducha vaginal não é indicada
Estudos mostram que a vagina tem um tipo de ação autolimpante. Isso mesmo: ela consegue fazer a limpeza naturalmente, sem que, para isso, a mulher precise usar algum produto ou mesmo água, como frequentemente é feita durante o uso da ducha vaginal.
Ao introduzir água, seja com o auxílio de uma seringa ou mesmo o chuveirinho, ou produtos que se dizem específicos para fazer a ducha vaginal, a mulher está eliminando todas as defesas do local.
De acordo com um estudo do Instituto Sérgio Rocha, de Porto Alegre, as duchas destroem os linfócitos, células de defesa que vivem na parte interna da vagina. Isso aumenta as chances de infecções por fungos, como a candidíase, e também as inflamações, como a famosa vaginite.
A ducha vaginal é tão agressiva que consegue não só destruir as defesas, mas também manda embora as bactérias boas, que ajudam a regular a acidez da flora vaginal e o pH do local. Por isso, se você ainda é adepta do hábito, é melhor repensar e abandoná-lo.
Ducha vaginal pode prejudicar a vida sexual
Você até pensar que isso é loucura, mas não é. Como a ducha vaginal é altamente agressiva às defesas e também faz com que a vagina fique mais sensível, os reflexos negativos aparecem até mesmo durante o sexo. Durante a penetração, a mulher pode sentir dor e desconforto, não querendo que o parceiro a penetre ou mesmo a masturbe.
Outra questão importante quanto à ducha é que ela não serve como método contraceptivo. Muitas mulheres usam a técnica depois da penetração sem preservativo com a intenção de eliminar o sêmen.
A tática é ineficaz, pois os espermatozoides são projetados contra o colo do útero e chegam rapidamente ao interior do órgão. Basta que um consiga completar o trajeto na corrida para a vida e a mulher irá engravidar.
Como fazer a limpeza adequada da vagina
A melhor maneira de manter a vagina limpa é ter uma alimentação balanceada e não se expondo a situações de riscos de doença. A limpeza física, no entanto, só é indicada na parte externa e deve ser feita apenas com água e sabonete neutro.
Os sabonetes íntimos também nem sempre são indicados. Na dúvida, converse com seu ginecologista. Esses produtos têm a vantagem de atacar as bactérias, mas também podem eliminar as bactérias boas – o que deixa a mulher com o pH da vagina alterado e a região mais suscetível a infecções e inflamações.
É indicado também usar roupas confortáveis e não muito justas. Sempre que possível, deixe a área ventilada. Uma dica é dormir sem calcinha.
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