Quando o coração não consegue mais bombear uma quantidade adequada de sangue para os demais órgãos do corpo, causando queda da pressão arterial, falta de oxigênio nos tecidos e acúmulo de líquidos nos pulmões, pode ocorrer um choque cardiogênico.
A causa mais comum desta patologia é o dano ao músculo cardíaco, que ocorre em decorrência de um ataque cardíaco. Porém, nem todos que sofrem um ataque cardíaco desenvolvem choque cardiogênico. Segundo estudos, apenas 7% das pessoas que passaram por esta experiência nada agradável manifestam o quadro clínico.
Por se tratar de uma das maiores complicações do infarto agudo do miocárdio, o choque cardiogênico pode levar à morte se não for tratado com urgência. Antigamente, poucas pessoas sobreviviam a ele. Atualmente, os números são bem mais animadores: cerca de 50% das pessoas sobrevivem.
A mudança no quadro de mortalidade deve-se ao reconhecimento imediato dos sintomas e da melhoria nos tipos de tratamento, cuja função é restaurar o fluxo sanguíneo ao coração, ajudando-o a bombear melhor. Em alguns casos, são utilizados aparelhos que assumem a função de bombeamento do coração. Para isto, no entanto, é preciso fazer um implante.
Sintomas do choque cardiogênico
Os principais sintomas do choque cardiogênico são a elevação da frequência cardíaca, palidez, extremidades frias e úmidas, diminuição do estado de consciência, sonolência, fraqueza, redução da quantidade de urina, pressão arterial baixa, sudorese e respiração acelerada. Em casos de haver acúmulo de líquido nos pulmões ou edema pulmonar, pode ocorrer falta de ar e sons anormais na ausculta dos pulmões.
Já as causas do choque cardiogênico podem estar associadas também a doenças das válvulas cardíacas, insuficiência ventricular direita, miocardite aguda, arritmias cardíacas, doença arterial coronariana, trauma direto no coração, intoxicação do coração por medicamentos e toxinas e estágios terminais de infecção generalizada.
Diagnóstico e tratamento
Por meio de exames físicos, como avaliação dos sinais vitais, exames de laboratório, eletrocardiograma, ecodopplercardiograma e radiografia do tórax, é possível diagnosticar o choque cardiogênico. A confirmação deste quadro clínico também pode ser obtida com a monitorização invasiva por meio do cateter de Swan-ganz e pela avaliação dos parâmetros hemodinâmicos.
Já o tratamento deve ser instituído com a máxima urgência, tomando como base algumas condutas médicas. Uma delas é o internamento em uma unidade de cuidados intensivos. Outra medida que pode ser adotada é a introdução de cateter em uma artéria para avaliar a pressão arterial, além de sonda na bexiga.
O tratamento ainda pode ser feito por meio de administração de oxigênio nasal ou ventilação mecânica, uso de medicamentos como vasodilatadores, diuréticos injetáveis e hidratação, revascularização precoce do miocárdio, angioplastia, coronariana (desobstrução de uma artéria coronária através de um balão) e colocação de stent. Em alguns pacientes, pode ser necessária cirurgia a para troca da valva cardíaca insuficiente ou estenosada.
Já nos casos mais graves, o portador de choque cardiogênico pode ser submetido a uma cirurgia de ponte de safena ou para introdução de um balão, cujo objetivo é melhorar a circulação do coração. Quando não devidamente diagnosticada ou tratada, a patologia tem como maior complicação a falência de múltiplos órgãos, como rins, cérebro e fígado.
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