Clínica Geral

Falta de sono pode causar a perda de neurônios

Por Redação Doutíssima 21/05/2014

A falta de sono pode provocar efeitos mais nocivos do que imaginamos, é o que mostra um estudo realizado por cientistas americanos, publicado na revista científica The Journal of Neuroscience. A pesquisa aponta que, entre estes efeitos, está a perda de neurônios definitiva. Os cientistas realizaram testes em camundongos, e o resultado foi surpreendente: a falta prolongada de sono provocou a morte de 25% de certas células do cérebro das cobaias.

perda de neurônios

 

Falta de sono e perda de neurônios: entenda esta relação

 

Os pesquisadores americanos declaram que, se o resultado for aproximado no caso dos seres humanos, de nada adiantaria tentar recuperar as horas de sono perdidas. O estudo estima que, no futuro, eles poderão criar uma droga que empeça a perda de neurônios das consequências nocivas que uma noite mal dormida pode acarretar ao cérebro. Os ratos de laboratório utilizados como cobaia foram forçados a permanecer acordados durante várias horas, imitando a falta de sono pela qual os humanos passam.

perda de neurôniosO estudo, realizado pela equipe de cientistas da Escola de Medicina da Pensilvânia, analisou as células do cérebro que o mantêm acordado. Os resultados foram assustadores: os ratos sofreram uma perda de neurônios de 25%, em parte do tronco cerebral, após terem passado por hábitos de sono semelhantes àqueles das pessoas que costumam trabalhar em turnos noturnos – três dias de jornadas noturnas, podendo dormir somente de quatro a cinco horas durante o dia. Os pesquisadores dizem que essa é a primeira evidência de que a falta de sono pode levar à perda de neurônios. Eles acrescentam, entretanto, que mais pesquisas são necessárias para descobrir se pessoas que dormem pouco correriam maior risco de dano cerebral permanente. Sigrid Veasey, uma das responsáveis pela pesquisa, explica que “nós temos evidência de que a falta de sono pode levar a uma lesão irreversível. Isso pode ter acontecido em um animal simples, mas indica que nós precisamos pesquisar melhor esse efeito em humanos”. Ela diz que o passo seguinte é realizar exames post-mortem nos cérebros de pessoas que costumavam sofrer com a falta de sono, para então procurar indícios da perda de células cerebrais.

Os pesquisadores cogitam a possibilidade do desenvolvimento de uma droga que empeça a perda de neurônios, estimulando a química natural produzida na recuperação do sono. Hugh Piggins, pesquisador da Universidade de Manchester, explica que os resultados do experimento realizado nos ratos pode não se aplicar ao cérebro humano. “Os autores traçam paralelos com as pessoas que trabalham em turnos à noite e sugerem como a privação crônica de sono pode afetar negativamente não só a saúde física, mas também mental”, disse Piggins. “Essa hipótese terá de ser, no entanto, testada com mais pesquisas. No entanto, é consistente com muitos relatos médicos sobre a importância dos ciclos de sono para a melhoria do bem estar.”

 

 

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