Assim como o ar que respiramos, os alimentos, a água e muitos produtos que consumimos todos os dias contêm elementos nocivos à saúde, que, em excesso, levam ao acúmulo de metais pesados nos nossos ossos e membranas. Esse tipo de intoxicação causa estragos, principalmente nos organismos mal nutridos, fragilizados pela falta de vitaminas, minerais e aminoácidos.
Intoxicação com produtos do dia-a-dia
No Brasil, é perigoso constatar que os metais pesados mais comuns, com potencial tóxico, estão presentes em cosméticos, utensílios e alimentos do quotidiano da população. O chumbo, por exemplo, faz parte da composição de diversos corantes (tinturas de cabelo), comidas, brinquedos coloridos e até dos batons, causando cansaço, perda de cálcio, dificuldade para emagrecer e hipertensão arterial.
O alumínio é outro metal pesado que pode provocar intoxicação no organismo e é facilmente encontrado na fórmula de desodorantes antitranspirantes, talco para os pés, alguns protetores solares, antiácidos, além de panelas e embalagens de alumínio.
Cigarros e poluição, ao contrário dos artigos citados acima, já têm uma imagem supernegativa e representam abertamente uma ameaça à saúde – neles, encontramos um agente que provoca um estrago grande no nosso corpo, o cádmio. Este é um dos metais mais tóxicos conhecidos pelo homem e origina doenças como hipertensão e infecções.
Presente em amálgamas dentários, inseticidas e peixes de águas contaminadas, a intoxicação por mercúrio desencadeia efeitos péssimos por todo o corpo, mas no sistema nervoso essa contaminação provoca consequências graves e pode deixar uma pessoa em estado vegetativo ou levá-la à morte.
Desintoxicação natural
Para facilitar a eliminação das toxinas alojadas no nosso corpo por anos ou mesmo pela vida toda, existe um processo chamado quelação, ou remoção de metais pesados da corrente sanguínea e da parede das artérias.
Com esse tratamento, tenta-se reverter a intoxicação do organismo, entretanto, nenhum agente quelante tem a capacidade de, sozinho, limpar todos os metais tóxicos do corpo de uma só vez. Cada um deles tem afinidade com um metal diferente e, às vezes, com mais de um. Por exemplo: um para o cobre, outro para o mercúrio etc.
Uma observação importante é que não adianta quelar o cádmio, por exemplo, se o indivíduo insiste em fumar, ou eliminar o mercúrio, caso continue a ingerir peixes contaminados. Ou seja, limpar o organismo de um metal pesado através da quelação exige, em contrapartida, a abstenção do consumo de produtos ricos em toxinas.
Os agentes quelantes podem ter origem nos alimentos ou condimentos, funcionando como antídotos contra a presença de metais pesados. Os principais são:
1) Vinagre: contém EDTA, considerado o primeiro quelante do mundo, com afinidade muito grande com o chumbo (carregando-o para fora do corpo) e o mercúrio. Esse composto também apresenta o ácido succínico, o mais potente agente quelante para o mercúrio e o cádmio.
2) Castanha-do-pará: contém selênio, que adere ao mercúrio para desativá-lo. É antioxidante, pois ajuda o organismo a usar a vitamina E.
3) Maçã: apresenta ácido málico, importante na quelação do alumínio e do ferro.
4) Alho: limpa os resíduos, graças à presença de licina.
5) Algas marinhas: desintoxica o sangue e tonifica o intestino.
6) Abacaxi: por conta da bromelina, também ajuda a desintoxicar o organismo.
Além da ingestão desses alimentos, nos casos de intoxicação por quaisquer metais pesados que apresentem níveis elevados no minerealograma, a intervenção médica é essencial.
Dados sobre alimentos contaminados
– 40% dos peixes estão estragados na hora da compra.
– Segundo recentes estudos feitos pela FDA (Administração de Comidas e Remédios) em 26 frutas e vegetais diferentes, foram encontrados resíduos de pesticidas em 9.600 das 20.000 amostras. Em outras palavras, 50% do que comemos está contaminado.
– A água da cidade de San Diego, no estado da Califórnia, considerada a mais limpa dos EUA, apresentou em testes 595 partes por milhão de contaminantes.
– Em um estudo feito pela Health and Nutrition Examination Survey, 9 a cada 10 mulheres apresentaram insuficiência de ferro na dieta. 1 a cada 2 tinha deficiência de cálcio. 1 a cada 4 homens e 1 a cada 3 mulheres apresentou deficiência de vitamina A.
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