Cirurgia Plástica

Confira como funciona a cirurgia que combate o suor excessivo

Por Redação Doutíssima 31/10/2014

Suar é um mecanismo de defesa do organismo. Quando a temperatura corporal sobe, o metabolismo trata de enviar água a determinadas regiões a fim de resfriar o corpo e restabelecer o equilíbrio térmico. A explicação tem lógica. Contudo, há situações em que o suor parece sair do controle.

suor

Pessoas que sofrem de sudorese extrema têm alternativas para isso. Foto: iStock, Getty Images

Isso acontece para algo entre 0,5 a 1% da população mundial, aos quais suar é um problema. É que esta é a porcentagem de pessoas que provavelmente sofra de hiperidrose, distúrbio que provoca o excesso de suor.

 

Excesso de suor causa constrangimentos

 

Como regra, as pessoas acometidas pela disfunção apresentam transpiração em demasia em pés, mãos, axilas e face, regiões onde há mais glândulas sudoríporas. Assim, o suor – que para muitos pode ser inofensivo –, para as pessoas com hiperidrose traz impactos psicológicos e sociais.

 

Indivíduos que tenham as mãos sempre úmidas, por exemplo, via de regra evitam contato físico com outras pessoas, o que pode gerar reflexos na vida afetiva e profissional. Nas axilas a sudorese também tem efeitos negativos, causando constrangimentos.

 

A hipertranspiração que afeta o rosto, por sua vez, igualmente inibe, apesar de ser menos frequente.

 

A explicação para o fato de que algumas pessoas experimentam suor em excesso é a de que elas evidenciam desvios na cadeia simpática, segmento do sistema nervoso incumbido de regular movimentos involuntários do corpo, como as batidas do coração, o ritmo respiratório e, como se supõe, a ação das glândulas sudoríparas.

 

Ainda que associado à herança genética, o suor excessivo também é relacionado a questões emocionais, já que a ansiedade é relato recorrente entre os que sofrem com o problema. Assim, é observado que situações de estresse podem ter grande influência no desencadeamento dos episódios de sudorese.

 

Acredita-se também que pessoas com sobrepeso e diabéticas, ou com histórico de diabetes na família, estão mais propensas à hiperidrose.

 

Como combater o suor

 

Vários são os tratamentos possíveis para a hiperidrose. Antes de optar por medidas invasivas, dermatologistas, neurologistas e endocrinologistas procuram esgotar alguns métodos para controlar a disfunção.

 

Entre as tentativas incluem-se uso de tranquilizantes e antidepressivos, além de aplicação de botox, capaz de bloquear a transmissão nervosa nas glândulas sudoríporas.

 

Na sequência, a simpatectomia torácica, cirurgia focada à contenção do problema, é a solução. A operação consiste na realização de pequenas incisões: uma abaixo da mama, nas mulheres, ou do mamilo nos homens, e outra na axila.

 

Em uma delas, introduz-se uma microcâmera para visualizar a cadeia simpática. Na outra, insere-se o aparelho que faz a dissecção e ablação do segmento nervoso.

 

A recuperação não deve durar mais de 24 horas e a redução da sudorese pode ser percebida quase que de forma imediata. Em geral, a técnica cirúrgica resolve de 95% a 100% das hiperidroses de mãos e 50% dos casos de sudorese abundante nos pés.

 

Ainda que poucas sejam as restrições para a realização da cirurgia, a ressecção local é contraindicada a pessoas com quadros de insuficiência respiratória ou cardíaca, diabetes, obesidade grave ou com sequelas de patologia pleural. A avaliação da necessidade de operação deve sempre ser feita pelo médico.