Se existe um feito em que o Brasil merece destaque é a vacina contra a paralisia infantil, também conhecida como poliomielite. Epidemias eram comuns em todas as regiões do país, mas principalmente nas capitais, onde sempre houve o maior número de pessoas vivendo.
Esse cenário só foi modificado no final da década de 1980, quando uma campanha nacional de vacinação e um plano de marketing eficaz contribuíram para aquilo que seria o início da erradicação de uma das doenças mais devastadoras em terras brasileiras.
Vacina contra poliomielite surgiu na década de 50
Isso só foi possível, no entanto, por alguns motivos hoje bem claros. O primeiro deles, e o mais óbvio, foi a descoberta de uma vacina que fosse eficaz no combate à poliomielite. Desde meados de 1950, o país já vinha usando a vacina Salk contra a doença, mas não havia conquistado resultados efetivos.
Um dos maiores surtos da doença se deu no final da mesma década, na cidade do Rio de Janeiro. Uma das explicações é que esta imunização usava o vírus morto, por via injetável, além da vacinação em massa não fazer parte dos planos de saúde pública do país.
Em 1962 essa história começou a mudar. O desenvolvimento da vacina Sabin mudou radicalmente as estratégias de saúde. Por ser uma doença de contágio através de secreções ou fezes contaminadas, a imunização contra a poliomielite precisaria também ter contato com água.
Isso foi possível a partir do momento que resíduos da Sabin, feita a partir do vírus vivo atenuado e introduzida de forma oral, fossem expelidos junto com as fezes, podendo criar imunidade naquelas pessoas que tivessem contato com água.
Chega a ser estranho pensar que a água contaminada pelo vírus fosse capaz de prevenir uma doença tão séria quanto a poliomielite, mas acredite, foi assim que aconteceu.
Campanha contra poliomielite começou em 1986
Em 1986, o Ministério da Saúde (MS), que já vinha desde o final de 1970 desenvolvido uma campanha nacional de vacinação contra a poliomielite, criou a mais eficaz ação pública para imunização do país – reconhecida, inclusive, por órgãos internacionais.
Além de direcionar a vacina para crianças de zero a cinco anos e cobrar dos municípios resultados pela vacinação dos pequenos, o MS deixou mais atraente a campanha para as crianças ao criar um mascote: o Zé Gotinha – a escolha do nome Zé Gotinha foi feita através de um concurso público realizado em todas as escolas do país.
Este ano, a 35ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite segue até o dia 28 de novembro. A intenção do MS é vacinar 11 milhões de crianças de zero a quatro anos em todos os municípios do país. O cumprimento desta meta é vital para que o país siga afastado desta doença, que causa a paralisia dos músculos e pode até levar à morte.
É sempre importante lembrar que a pólio não foi erradicada em todo o mundo. África, América Central e alguns países da Ásia lutam para conseguir eliminar a doença. A intenção da Organização Mundial da Saúde é que até 2020 todos os países já tenham conseguido erradicar a poliomielite.
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