Especialidades

Sonambulismo: veja como lidar com o problema

Por Redação Doutíssima 22/11/2014

No meio da noite a pessoa levanta, vai até a cozinha, abre a geladeira e contempla-a por alguns segundos. Sem escolher nada, volta para a cama e adormece outra vez. No dia seguinte, não lembra de ter saído do quarto.

A cena é típica de um episódio de sonambulismo, transtorno do sono que atinge uma faixa de 1% a 15% da população mundial.

sonambulismo

Comportamento estranho durante o sono tem diversas explicações. Foto: iStock, Getty Images

Relação entre sonambulismo e o sono

Para entender a disfunção, é preciso considerar que o ato de dormir consiste em quatro etapas: a da sonolência, a intermediária, o sono de ondas lentas (fase mais profunda) e o REM (Rapid Eye Movement), tempo de maior relaxamento muscular, quando os sonhos são registrados.

No decorrer da noite ocorrem de três a cinco ciclos de sono, em que os estágios se intercalam. A sincronia das fases é responsável pela sensação de descanso, além de exercer papel importante na consolidação da memória e na regulação das emoções.

O processo de despertar, por sua vez, tem relação com um mecanismo neurológico que acontece em diferentes níveis. O despertar somático, que envolve a frequência cardíaca, a pressão e certas atividades do metabolismo e dos órgãos, é um deles.

O acordar cortical, que é aquele que sinaliza necessidade de atividade cerebral mais intensa, e o despertar cognitivo, que é o que lida com a consciência e as emoções, igualmente compõem o sistema de comando do cérebro para o despertar.

Considerando tais informações, é possível afirmar que o sonambulismo se resume a um desajuste entre esses níveis, quando apenas uma parte das funções do órgão desperta, em um momento em que ainda não há consciência semelhante à de quando se está acordado.

Casos de sonambulismo merecem atenção

Em crianças, o sonambulismo é atribuído ao amadurecimento cerebral. Em adultos, as causas ainda não foram confirmadas. Alguns fatores contribuem, entretanto, para a disfunção. São eles: fadiga, ansiedade, uso de álcool e sedativos, convulsões e distúrbios mentais.

Enquanto dormem, as pessoas podem levantar, caminhar, ou realizar atividades complexas como movimentar móveis, ir ao banheiro, trocar de roupa ou despir-se. Há inclusive aqueles que se arriscam à direção de automóveis enquanto estão inconscientes.

A ocorrência de sonambulismo pode durar de segundos a minutos. Diferentemente da crença popular, o sonâmbulo pode – e deve – ser acordado para evitar que se choque com objetos ou tropece e se machuque.

Para lidar com o problema, as dicas são: evitar a ingestão de bebidas alcoólicas e remédios calmantes antes de dormir, impedir o cansaço em excesso, combater a insônia, que costuma contribuir para as noites conturbadas, e manter-se afastado de situações de estresse e preocupação, principalmente antes de ir para a cama.

Há também alguns cuidados que podem ser tomados caso o sonambulismo não possa ser controlado. Esconder objetos pontiagudos e cortantes impede que o sonâmbulo tenha contato com materiais perigosos é atitude altamente recomendada, assim como trancar as portas e janelas e providenciar camas baixas para que a altura não seja mais um risco.

Tenha em mente que a pessoa sonâmbula pode ficar confusa ao ser acordada, mas levá-la de volta para o quarto é fundamental para que ela não se exponha a perigos.

 

 

Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão Doutíssima!