Você sabe qual é o transplante mais realizado no Brasil? É o transplante de córnea. Esse procedimento cirúrgico que é realizado inclusive pela rede pública de saúde corresponde a cerca de 60% do total de transplantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Transplante de córnea é rápido no Brasil
Apesar do alto índice, a boa notícia é que pacientes que esperam pelo transplante de córneas não precisam aguardar muito tempo na fila. Em diversos estados, o tempo de espera é praticamente nulo.
Para se ter uma ideia, conforme Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), a apenas entre janeiro e setembro de 2014, foram feitos mais de 10,1 mil transplantes de córnea, seguidos de longe pelo transplante de rim (segundo mais realizado), com 4,2 mil procedimentos
O que é a córnea?
A córnea é um tecido transparente que está localizado na parte da frente do olho. Se a córnea se opacifica por enfermidades hereditárias, lesões, infecções, queimaduras por substâncias químicas, enfermidades congênitas ou outras causas, a pessoa pode sofrer uma diminuição na capacidade de ver ou até perder a visão.
Quando é indicado o transplante de córnea?
Entre as inúmeras patologias possíveis que podem levar à necessidade do transplante de córnea, destacam-se três como as principais motivadoras.
A primeira causa é o ceratocone, que é caracterizada por uma alteração no tecido corneano. Essa alteração consiste em um afinamento e encurvamento progressivo da córnea e faz com que ocorra uma diminuição na capacidade da visão e aumento de sensibilidade à luz.
Em seguida, vem a ceratopatia bolhosa. Essa patologia é caracterizada pelo inchaço e formação de bolhas na córnea, que provoca a baixa de acuidade visual e dor intensa. As cicatrizes e traumas são a terceira situação que mais conduz à exigência de transplantes de córnea.
Como é feito o transplante?
O transplante de córnea é uma cirurgia extremamente delicada e exige a utilização de microscópio durante o procedimento. Em suma, a técnica consiste em retirar o círculo central da córnea doente, seguido do preenchimento da área com a córnea saudável de um doador. Depois disso, a nova córnea é suturada com o um fio de nylon superfino (quase invisível).
Em mais de 90% dos casos, essa cirurgia recupera a visão de pessoas que têm alguma deficiência visual originada por problemas de córnea. Apesar de ser um procedimento relativamente simples e seguro, assim como todas as cirurgias oculares, existe um pequeno risco de infecção intra-ocular, chamada endoftalmite.
Como é o pós-operatório?
É comum o paciente receber alta algumas horas depois do exame. Porém, para proteção o olho permanece ocluído. A sutura é segura, mas não se deve coçar os olhos. Em seguida, deve ser iniciada a aplicação de colírios anti-inflamatórios conforme a orientação médica.
Os seis primeiros meses depois da operação também são marcados por análises periódicas para verificar a adaptação da nova córnea e eventuais complicações.
Existe risco de rejeição?
O índice de sucesso nos transplantes de córnea gira em torno de 95%. Porém, entre 30% e 50% dos transplantados podem apresentar algum episódio de rejeição. Geralmente, os sintomas de rejeição são vermelhidão no olho, lacrimação e visão mais embaçada.
Se esse problema for identificado logo, pode ser resolvido através de tratamento com medicação tópica (colírios).
Por estar localizada em um local do corpo onde não há vasos sanguíneos, a córnea dificilmente é rejeitada. Ainda mais, a possibilidade de rejeição cai drasticamente ao se passarem os seis primeiros meses após à cirurgia.
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