Clínica Geral

Sintomas da Síndrome de Tourette iniciam geralmente na infância

Por Redação Doutíssima 23/07/2015

Às vezes nos deparamos com crianças, com idade próxima aos sete anos, que apresentam certos tiques que podem ser motores ou vocais. Pode ser que essas crianças tenham a chamada Síndrome de Tourette, um distúrbio neurológico que, apesar de ser mais comum de se apresentar na infância, pode se manifestar mais cedo ou mais tarde.

Os tiques mais comuns que caracterizam a síndrome são divididos em motores – como piscadelas dos olhos – ou vocais – a exemplo de tosses, gritos, entre outros. No que diz respeito às causas dessa síndrome, nada ainda pode ser conclusivo, estudos estão sendo feitos, mas especialistas acreditam que está associada a fatores genéticos e neurobiológicos.

sindrome de tourette

Tiques variados e imperceptíveis podem ser sinais de distúrbio neurológico. Foto: iStock, Getty Images

 

Síndrome de Tourette e o estresse

Em momentos de grande estresse, que não representam necessariamente situações de tristeza ou que sejam desagradáveis, os tiques podem ser mais intensos. Algumas pesquisas apontam relação entre o início da ocorrência de tiques e eventos que marcam a vida da criança.

Os tiques têm intensidade bem variada, podem ser praticamente imperceptíveis, como um levantar dos ombros, saltos ou mesmo latidos. Alguns gestos extremamente repetitivos como tirar o cabelo da frentes dos olhos ou arrumar a roupa podem ser uma forma de camuflar os sintomas da Síndrome de Tourette.

Há, ainda, outros tipos de manifestações desse quadro que se refletem no comportamento de seus portadores. A hiperatividade, a automutilação, distúrbios na aprendizagem e na conduta, assim como sintomas de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) podem ser sinais da Síndrome de Tourette.

Estudos e pesquisas desenvolvidas nesse campo mostram que cerca de 90% dos portadores da síndrome possuem sintomas obsessivos.

Para tratar a Síndrome de Tourette há dois caminhos que se cruzam e se complementam: a abordagem psicossocial e o tratamento com medicamentos. Mas antes de chegar a esse estágio, o processo é iniciado com uma rigorosa avaliação dos tiques. O profissional irá analisar a frequência, a intensidade e o tipo de tiques que atingem o paciente.

Outra questão bastante importante a ser avaliada antes que o tratamento comece efetivamente é de que maneira esses tiques influenciam na vida do indivíduo. Assim, o ambiente em que ele vive – escola, trabalho e família – também são analisados.

Síndrome de Tourette não tem cura

Essa síndrome não tem cura e os medicamentos atuam no alívio dos sintomas. Mas pesquisas mostram que somente 60% dos portadores necessitam de remédios para diminuir os tiques.

Já o tratamento por meio de psicoterapia envolve também os pais e familiares do paciente, e ainda os educadores, que são pessoas que lidam diretamente com as emoções da criança portadora dessa síndrome.

Conforme a Associação Brasileira de Síndrome de Tourette, Tiques e Transtorno Obsessivo Compulsivo (ASTOC), os educadores devem ser envolvidos no tratamento pelo fato de, muitas vezes, serem os primeiros a notarem os tiques nas crianças.

Integrar as pessoas que convivem com o paciente ao tratamento é fundamental para a evolução positiva da condição. Elas devem ser orientadas sobre a doença e todas as suas formas de manifestação. Atitudes de superproteção devem ser evitadas para que desfavoreça a manipulação da própria doença pela criança.

 

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