Proibidos por inúmeras organizações esportivas, como o Comitê Olímpico Internacional (COI), os esteroides anabolizantes são substâncias que permitem melhorar o desempenho nas atividades físicas. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) controla a venda desses produtos, que são autorizados como medicamentos especiais, exigindo receita médica.
Em função dos efeitos colaterais graves, os anabolizantes são recomendáveis apenas em casos de distúrbios hormonais sérios, com acompanhamento médico.
Produção hormonal e esteroides anabolizantes
Criados na década de 1930, os esteroides anabolizantes provocam efeitos parecidos com os da testosterona no corpo humano. Eles aumentam a quantidade de proteínas nas células e ajudam a desenvolver a massa muscular. No entanto, causam também a chamada virilização, tanto em homens como mulheres, e leva ao crescimento de pelos no corpo e aumento das cordas vocais.
Ao penetrarem o núcleo das células, os anabolizantes alteram os genes e os mecanismos do metabolismo, que são organizados no DNA. Com isso, ocorrem mudanças na direção tomada pela testosterona, fazendo com que os esteroides aumentem também a síntese de proteínas, o que impacta diretamente no crescimento muscular.
O aumento de massa muscular é provocado principalmente na parte de cima do corpo, incluindo braços, peito e ombros. Os esteroides anabolizantes ainda conseguem bloquear os efeitos do cortisol nos tecidos, protegendo o corpo contra a retenção de energia.
É por isso que se atribui o nome “anabolizante”, já que eles produzem o anabolismo, que consiste na síntese de moléculas complexas que consomem energia. Além disso, ajudam na redução de gordura do tecido adiposo e aumentam a taxa metabólica basal.
O uso autorizado dos esteroides anabolizantes ocorre no tratamento da atrofia dos testículos, incapacidade de produção da testosterona, reposição hormonal de idosos, cuidados da anemia, osteoporose e recuperação de lesões cirúrgicas. No entanto, o uso principal da substância é feito para ganho de massa muscular, força e resistência, que pode levar a danos sérios à saúde.
Esteroides anabolizantes causam efeitos colaterais
Um estudo do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostrou que o uso de anabolizantes cresceu 75% no Brasil em seis anos, entre 2004 e 2010.
No entanto, muitos não prestam atenção nas consequências de ingerir a substância. Entre os efeitos colaterais, no caso dos homens, estão a infertilidade masculina, a atrofia dos testículos e o aumento excessivo das mamas.
Nas mulheres, os esteroides anabolizantes causam atrofia das mamas, virilização, hipertrofia do clitóris, crescimento de pelos no rosto e mudança de voz.
Ambos os sexos sofrem um aumento do risco de desenvolver doenças cardiovasculares, hipertensão, aumento das taxas de colesterol e alteração nas estruturas cardíacas, que pode ocasionar um mau funcionamento do coração.
O desequilíbrio hormonal causado pelos anabolizantes afeta também a saúde dos órgãos que fazem a filtragem de toxinas no corpo. Doenças nos rins e no fígado são mais comuns em usuários da substância. Além disso, a testosterona em excesso pode provocar aumento da acne.
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