Considerado líder do movimento extrativista ecologicamente sustentável e da sustentabilidade econômica no Brasil, o ativista Chico Mendes foi um personagem importante na construção do cenário de preservação ambiental no País. O Dia Nacional da Economia Solidária é comemorado em 15 de dezembro em lembrança ao seu nascimento em 1944.
Em vigor desde dezembro de 2014, o projeto de lei n° 8.195-A do Congresso Nacional decretou a data com o objetivo de fomentar os empreendimentos econômicos solidários, a sociedade civil e os governos comprometidos com a economia solidária brasileira. Entenda a seguir o que é o movimento e como funciona no Brasil.
Características da economia solidária
De acordo com Alfredo Meneghetti Neto, economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE), a economia solidária pode ser definida como parte das práticas econômicas e sociais que são organizadas por associações, clubes de trocas, empresas e redes de cooperação. “É um movimento que vem crescendo tanto no Brasil quanto em outros países. É algo que ressalta e valoriza o ser humano ao invés do capital”, explica.
Além disso, o profissional destaca que é o conjunto de iniciativas que visam a organizar a produção de bens e de serviços, assim como o acesso e a construção do conhecimento, o consumo, o crédito e a distribuição em harmonia. É uma iniciativa que surgiu como alternativa de geração de renda e de inclusão social.
Uma das características principais é que o movimento se opõe à exploração do trabalhador e dos recursos naturais e promove o desenvolvimento sustentável, que visa o crescimento econômico em harmonia com a natureza.
Os princípios do movimento estão na democracia, autogestão, solidariedade, cooperação, valorização do meio ambiente e do trabalho humano, assim como a igualdade de gênero, etnia e credo. Ainda, faz parte de suas práticas o comércio justo, o consumo consciente e a agregação de finalidades econômica e social.
Prós e contras da iniciativa
Para Meneghetti, a economia solidária não deve ser entendida como a grande solução para todos os problemas da classe trabalhadora. Segundo o economista, a iniciativa surge como uma proposta que deve ser trabalhada, mas que eventualmente possui alguns contras, mesmo com um conteúdo adequado.
Como exemplo, o profissional cita os tipos de associações possíveis. “ O sucesso de um empreendimento depende das pessoas com as quais você se associa, se essa cooperativa ou clube de troca não está envolvida em algum problema jurídico, econômico ou de corrupção. Esse é o grande contra”, alerta.
Entre os pontos positivos de apoiar ou adotar empreendimentos sustentáveis, o economista ressalta a contribuição para a geração de riqueza, melhoria da qualidade de vida e promoção da justiça social. Além disso, colaborar com ações que aproximem consumidores e produtores impulsiona na sociedade reflexões e práticas relacionadas ao consumo consciente, inclusive através de campanhas educativas.
Desde 2003 ocorre o Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), além dos eventos locais e regionais para debater e promover o movimento. A iniciativa também ganhou apoio de governos municipais e estaduais através da criação de bancos do povo, centros populares de comercialização e projetos de capacitação para trabalhadores.
Para Meneghetti, a Lei de Economia Solidária pode promover a qualificação e credenciamento das associações, assim como o controle e distribuição de mais ferramentas aos empreendedores, associações e usuários. “Tal movimento é o grande avanço que temos nos próximos anos a economia”, destaca.
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