A vacina contra dengue já é uma realidade, embora ainda não esteja disponível para todos. A novidade chega no momento em que a doença volta a preocupar no país. Neste ano, já são 29 óbitos confirmados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) só no estado de Minas Gerais.
Aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o produto foi desenvolvido pela empresa francesa Sanofi Pasteur. Os primeiros lotes chegaram ao Aeroporto Internacional de Guarulhos na última terça-feira, dia 22. São cerca de 500 mil doses, destinadas exclusivamente ao mercado privado, principalmente clínicas médicas.
Vacina contra dengue pode custar caro
A eficácia da vacina contra dengue, nomeada de Dengvaxia, é de cerca de 66%. Ela tem efeito contra quatro dos sorotipos do vírus, mas apenas na população acima de nove anos de idade. A informação é da própria Sanofi Pasteur, que conduziu os estudos sobre o remédio.
Para atingir esse nível de proteção são necessárias três doses, com intervalo de seis meses entre cada uma. Ou seja, o índice mais alto de imunidade contra a dengue á atingido apenas um ano depois da primeira vacina, já que o resultado aumenta de forma gradativa.
A medida de vacinação é indicada apenas para pessoas dos nove aos 45 anos. Fora dessa faixa-etária, os níveis de eficácia ainda são muito baixos. É especialmente recomendada também para pessoas que já tiveram dengue.
Principalmente porque, ao contraírem novamente a doença, as chances de complicações são muito maiores. Os infectados pela segunda vez podem desenvolver a dengue hemorrágica, que pode levar à morte.
A Dengvaxia não foi aprovada somente no Brasil. México, El Salvador, Filipinas e Paraguai são outros países que vão receber doses da vacina contra dengue. Mas vale lembrar que, pelo menos por aqui, o imunizante só poderá ser aplicado a partir de junho, quando a Câmara de Regulação de Medicamentos determinar o preço de venda do remédio.
O valor da vacina representa outro desafio. Estima-se que a dose custará cerca de R$ 80. É por isso que as autoridades do Sistema Único de Saúde (SUS) ainda estão avaliando o custo-benefício de incluir a vacina no calendário nacional de imunização. É válido ressaltar que a Dengvaxia não oferece proteção contra o zika vírus e a chikungunya.
Há ainda outras perspectivas. O Instituto Butantan, aqui no Brasil, também está desenvolvendo uma vacina, já em fase final de estudo. Em breve, será possível analisar sua eficácia e seu custo.
Medidas de prevenção da dengue
Não é novidade que comunidade científica internacional está empenhada em erradicar o mosquito Aedes aegypti. Além da vacina, são estudadas outras possibilidades menos caras para manter o inseto longe da população. É o caso de um novo larvicida idealizado por estudantes da Universidade de São Paulo (USP).
Eles desenvolveram um detergente à base de micro-organismos cultivados com o bagaço da cana-de-açúcar. Ele é capaz de desfazer as larvas do mosquito, evitando a proliferação de doenças causadas pelo aedes – além de ser um recurso natural, que não agride o meio ambiente. A ideia ainda não foi patenteada por nenhuma empresa, mas sua eficácia já é comprovada.
E você, o que achou da vacina contra dengue? Acha que o SUS deveria distribuir? Deixe um comentário! Também aproveite para conferir outras dicas de como se prevenir do Aedes aegypti.