Medicamentos

França autoriza o uso do medicamento Baclofeno para tratar o alcoolismo

Por Redação Doutíssima 13/03/2014

Usado há mais de 40 anos como um relaxante muscular, o medicamento pode passar a ser prescrito também para o tratamento do alcoolismo  

baclofeno

A Agência Nacional de Segurança do medicamento da França (ANSM ) autorizou a recomendação temporária do uso do medicamento Baclofeno para o tratamento do vício do álcool, após estudos apontarem sua contribuição para a diminuição do consumo de bebidas alcoólicas e a manutenção da abstinência. Desde 2008 o medicamento, vem sendo testado contra alcoolismo, apresentando resultados favoráveis. A agência recomenda que seja feito um acompanhamento psicossocial dos pacientes para assegurar que o uso do medicamento não leve à outros problemas.

Apesar de não ter autorização para a prescrição do medicamento para estes casos, estima-se que mais de 50 mil pessoas já utilizavam o Baclofeno para parar de beber. O uso deste produto é muito comum no tratamento de doenças neurológicas como a esclerose múltipla e Parkinson, sendo indicado também como um eficaz relaxante muscular.

Primeiros resultados do baclofeno

baclofenoOs resultados dos testes para verificar a eficácia do uso do medicamento Baclofeno para tratar o alcoolismo à longo prazo na França continuaram positivos, o que indica a possibilidade de que o medicamento possa começar a ser indicado para ajudar no combate ao vício do álcool.

De acordo com uma pesquisa publicada ainda em 2012 na revista médica Frontiers in Psychiatry, os efeitos positivos da do Baclofeno nas pessoas que sofrem com o alcoolismo podem durar por pelo menos dois anos. Em um primeiro momento, o teste coordenado pelo professor Renaud de Beaurepaire, foi feito com 100 pessoas classificadas como de ’alto risco’, no Grupo Hospitalar Paul Guiraud, França.

Na ocasião, após três meses de observação do tratamento com doses do medicamento, 84% dos pacientes alcoólatras passaram a ser classificados como de baixo risco (controle do consumo) ou moderado (consumindo menos, mas não controlado). Passados dois anos, a taxa observada foi de 62%. Isso demonstra que há fortes indícios de que o medicamento pode ser considerado uma alternativa aos tratamentos convencionais.

Recaídas 

Ainda de acordo com a pesquisa, os pacientes que permaneceram no grupo de ‘alto risco’ nos primeiros meses se explica pelo hábito de beber ou pela motivação insuficiente para parar, mais do que pela ineficácia do medicamento. Para os pesquisadores, grande parte das pessoas que participaram do estudo estava tão ritualizada ao ato de beber que apresentava muita dificuldade em parar, mesmo com a redução do apetite pelo álcool após o uso do baclofeno. Entre os efeitos colaterais mais comuns estão a fadiga e a sonolência.

 

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