Clínica Geral

Pericardite constritiva: entenda o que pode levar ao seu desenvolvimento e qual o tratamento indicado

Por Redação Doutíssima 22/04/2014

A pericardite constritiva consiste em um processo inflamatório no pericárdio, levando ao espessamento e à perda da elasticidade do mesmo, dificultando o enchimento ventricular (diastólico) e causando uma síndrome restritiva.

Neste processo, podem surgir calcificações que aumentam a pressão nas veias que levam sangue ao coração, fazendo com que o sangue se acumule na periferia do corpo e caracterizando, assim, a pericardite constritiva crônica.

pericardite constritiva

Infecções virais e tuberculose são as origens mais comuns da pericardite constritiva. Foto: Shutterstock

O pericárdio é uma formação sacular que envolve o coração e que contém uma pequena quantidade de líquido entre suas duas camadas, permitindo o deslizamento de uma camada sobre a outra.

É o pericárdio que mantém o coração em sua posição, impedindo que este se encha demais de sangue ao relaxar (diástole) e o protegendo de infecções que possam acometer a região central do tórax. A inflamação no pericárdio e seu espessamento devido ao acúmulo de líquido são os principais sinais que caracterizam a pericardite.

Sintomas da pericardite constritiva

As manifestações clínicas da pericardite constritiva se modificam de acordo com o tempo de doença, conforme a agressividade do processo inicial, o desenvolvimento de compressão significativa e, ainda, com o tempo de diagnóstico.

Geralmente, os sintomas da pericardite constritiva incluem insuficiência cardíaca, inchaço distribuído por toda a pele, pressão venosa jugular elevada com visível aumento no tamanho das veias do pescoço, tosse (já que a pressão elevada nas veias dos pulmões empurra o líquido para os espaços aéreos), distensão abdominal devido ao inchaço, edema (inchaço nos membros inferiores), dispneia (dificuldade para respirar), cansaço, falta de apetite e perda de peso e dificuldade de digestão.

Causas

Qualquer condição que cause pericardite aguda poderá provocar a pericardite crônica, mas geralmente a causa é desconhecida. As origens tidas como mais comuns da pericardite constritiva são as infecções virais, a tuberculose e a radioterapia utilizada no tratamento do câncer de mama ou de um linfoma. A pericardite constritiva crônica também poderá ser decorrente de artrite reumatoide, de lúpus eritematoso sistêmico, de lesão prévia ou de uma infecção bacteriana.

O diagnóstico da patologia é feito através de um exame físico, juntamente com alguns outros exames, como a ressonância magnética, o raio-X do tórax, o eletrocardiograma, o ecocardiograma e a tomografia computadorizada. Além disso, para confirmar o diagnóstico, pode ser realizado um estudo hemodinâmico, tipo de cateterismo cardíaco para avaliar as condições gerais do coração.

Tratamento

O tratamento da pericardite depende do diagnóstico do tipo do agente que está causando o derrame. A análise clínica do paciente e as características do derrame ajudam no diagnóstico e norteiam o início das ações terapêuticas.

O tratamento para pericardite constritiva ocorre por meio da administração de medicamentos, como os remédios antituberculose – fármacos que melhorem a função cardíaca – e diuréticos, com o objetivo de reduzir o excesso de líquidos.

Nos casos associados a outras doenças do coração, como a insuficiência cardíaca, é indicada a realização de cirurgia para a retirada do pericárdio. Esse procedimento cirúrgico não deve ser adiado, já que os pacientes que apresentam limitações na função do coração correm grandes riscos de morrer.

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