A utilização dos “e-cigarettes” vêm crescendo em todo o mundo. O site Doutíssima atenta para os danos causados pela nicotina líquida que pode causar vômitos, convulsões e até levar à morte
Os cigarros eletrônicos apontados por alguns como a solução para parar de fumar e como uma opção menos prejudicial à saúde do que os cigarros convencionais, na verdade, podem ser bem mais nocivos do que se imagina. A nicotina líquida utilizada nos “e-cigarettes” é muito mais perigosa do que o tabaco, já que é absorvida mais rapidamente. Ela é uma neurotoxina e pequenas quantidades – ingeridas ou absorvidas pela pele – podem ser letais.
Vários centros de controle de envenenamento em todo o mundo estão apresentando aumento nas taxas de intoxicação acidentais, especialmente entre as crianças. Segundo informações do Sistema Nacional de Dados sobre Veneno (National Poison Data System- NPDS), divulgadas pelo New York Times (março, 2014), o número de casos ligados aos e-líquidos, em 2013, nos Estados Unidos, teve um crescimento de 300% em relação a 2012. Nos casos ocorridos em 2013, 365 foram encaminhados para hospitais – quase o triplo do ano anterior.
Ainda segundo o New York Times, em Minesota, EUA, foram constatados 74% de casos de intoxicação decorrentes da “e-nicotina” em 2013. Entre eles, 29 eram crianças com menos de dois anos que, atraídas pelas cores ou aroma (como cereja, chocolate e chiclete) acabaram ingerindo ou colocando o produto na pele. Em Oklahoma, 23 dos 25 casos registrados nos primeiros dois meses de 2014 envolveram crianças de menos de 4 anos de idade.
Principais sintomas do envenenamento
A diretora do Centro Regional de Controle de Envenemanto de Kentucky, Ashley Webb, alerta para os principais sintomas da intoxicação: “Os sintomas são os mesmos: náusea, vômito, palidez, sudorese e salivação. Já encontramos alguns casos de aumento da frequência cardíaca, pressão arterial e convulsões. Temos receio de que em um contato com uma quantidade mais expressiva, acarrete problemas cardíacos e ataque o sistema nervoso”. A diretora reforça que o produto deve ser tratado como um medicamento, sempre mantido longe das crianças e usado com muito cuidado pelos adultos, principalmente no momento em que estão inserindo a “e-nicotina” no cigarro, para que não entre em contato com a pele.
Percentual de nicotina nos “e-líquidos”
A quantidade de nicotina nos “e-líquidos” (refil dos cigarros eletrônicos) varia. A maioria possui 1,8 a 2,4% – concentrações que já podem causar doenças ou até a morte. Mas existem percentuais mais altos comercializados na internet, como 7,2 a 10%. Segundo o New York Times, uma colher de sopa já seria letal para uma criança ou mesmo um adulto.
Comercialização proibida no Brasil
No Brasil, a Anivsa proibiu a comercialização, importação e propaganda do cigarro eletrônico. Apesar disso, ele é vendido ilegalmente em alguns sites. Atualmente ele é liberado na Europa e também é comercializado nos Estados Unidos, apesar dos seus ingredientes ainda não terem sido regulamentados pelo órgão responsável pelos alimentos e drogas nos EUA (Food and Drug Administration).
Doutíssima
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