Entenda como a atividade física pode ajudar a melhorar a atividade intestinal do obeso

Mais do que simplesmente queimar gorduras, as atividades físicas, quando bem orientadas por profissionais podem contribuir também para melhorar a atividade intestinal do obeso

Sabemos que a flora intestinal do obeso é alterada. Os poucos que sabem dessa informação podem se questionar se a alteração foi causada pelo ganho de peso ou se o ganho de peso foi causado pela alteração. Hoje sabemos que várias disfunções podem ser causadas por um desbalanço na quantidade de bactérias probióticas (boas) e disbióticas (mais ou menos ruins). Isso pode levar a sintomas intestinais e o aparecimento de várias doenças e até mesmo o ganho de peso.

É necessário que todos profissionais da saúde saibam como avaliar e como ajudar a melhorar essa condição de uma forma multidisciplinar. Assim seria muito mais fácil levar uma melhor qualidade de vida às pessoas e preveniríamos muitas situações de uma forma mais eficiente.

A ingestão de fibras solúveis e insolúveis são importantes pra manutenção de um intestino funcional, a eliminação de alimentos alergênicos, diminuir a exposição a antinutrientes, alimentos inflamatórios, alimentos que irritam a mucosa, além da manutenção de um trânsito intestinal ideal são importantes. Mas como eu, Profissional de Educação Física, posso auxiliar meu aluno/cliente, se pouco posso fazer com o exercício para influenciar a saúde do intestino?

Exercícios e a atividade intestinal do obeso

Primeiro que podemos conhecer todos os fatores e dar orientações básicas; segundo, podemos conhecer nutricionistas funcionais e médicos que trabalham com base em evidência para encaminhar nossos alunos; terceiro, que o exercício tem influência sim na saúde intestinal, além de influenciar também vários aspectos do funcionamento hormonal, imunológico e também da microbiota.

E esse é um diferencial marcante na minha abordagem metabólico funcional. O exercício tanto pode fazer bem quanto fazer mal (quando mal orientado). Só pra exemplificar, citarei a conclusão de dois ótimos trabalhos, que sim, foram feito em ratos, pois é muito mais fácil avaliar com eles, mas tenho outros estudos que foram feitos em humanos. Vejamos:

“O estudo mostrou que a exposição oral a uma mistura de PCBs ambientalmente relevantes por um curto período reduziu a abundância e diversidade dos micróbios intestinais. No entanto, os ratos que se exercitaram diariamente antes de receberem a dose de PCB mostraram menores mudanças à microbiota do que os ratos sedentários”.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3672929/

PCBs são pesticidas que podem causar danos a microbiota intestinal e no nosso organismo podem funcionar como disruptores endócrinos, levando a má função dos hormônios, aumento do estresse oxidativo, aumento da inflamação e resistência à insulina… Logo, podem fazer as pessoas ganharem peso, ainda mais quando não têm um sistema de detoxificação e antioxidante eficiente.

Vejamos outro estudo, também com animais:

“Nossos resultados mostram que exposição a PCBs podem induzir mudanças substanciais na microbiota intestinal, o que pode, desta maneira, influenciar sua toxicidade sistêmica. Essas mudanças podem ser atenuadas por fatores comportamentais, como o exercício voluntário.”

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23632211

Tanto em animais quanto em humanos a manipulação intencional no sentido de melhorar a microbiota intestinal pode ser útil no controle do peso de obesos, de futuros obesos, ou de pessoas com sobrepeso, mas que podem vir a engordar mais por conta disso. Então, como profissionais da saúde, devemos cuidar dos que já estão acometidos, mas também prevenir os que estão em risco.

Não são poucos os estudos relacionando o intestino a doenças e sintomas e, também, efeitos dos exercícios e da nutrição nisso. Breve postarei mais informações a respeito, então fiquem atentos!

E aproveitem pra pesquisar mais sobre o assunto, pois é um tema importante pra manutenção da saúde e qualidade de vida de todos nós.

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