O que tem a ver o dente do siso com o coração? De acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos e Inglaterra, o famoso “dente do juízo” pode ser o vilão do coração.
Segundo os resultados da pesquisa, a presença de focos infecciosos na boca e maxilares está relacionada com o aumento da incidência de infarto do miocárdio e até de acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
Dente do siso tem difícil higienização
De acordo com o cirurgião bucomaxilofacial Dr. José Flávio Torezan, pelo fato de estar localizado nas extremidades da arcada dentária, onde a higienização bucal é mais difícil, o dente do siso está mais suscetível a complicações.
“Grande parte dos pacientes acima de 50 anos muitas vezes não sabe da presença dos terceiros molares (dente do siso) em sua arcada dentária e é bastante comum ocorrer degeneração intraóssea e formação de pequenos focos de infecção, que podem comprometer a saúde de forma grave”, explica Torezan.
Segundo estudiosos, o dente do siso era muito importante na época do surgimento do homem, quando tinha uma vida selvagem e comia alimentos mais duros e crus. Com a evolução, a função do dente se perdeu.
O dente do siso aparece entre os 16 e 21 anos, nas extremidades internas da arcada dentária, dois na parte superior e dois na inferior. Por conta do surgimento tardio, são comuns os casos em que o siso não encontra espaço para se alojar corretamente e fica deslocado ou semi-exposto.
Tal condição pode provocar problemas como o desalinhamento dos demais dentes e inflamações do tecido da gengiva (chamadas de periocoronarites).
Precisamos extrair o dente do siso?
Nem sempre é necessário extrair esses quatro “dentes extras”, especialmente quando a mandíbula é grande o suficiente para acomodar o dente do siso. Entretanto, se for necessária a operação de extração dos terceiros molares, especialistas recomendam que o procedimento seja realizado antes dos 30 anos.
A partir desta idade, a raiz do dente começa a se calcificar com o osso, complicando a sua retirada. Além do mais, com o avanço da idade, podem surgir doenças que podem elevar o risco da operação.
“É importante ressaltar que as bactérias acumuladas na área do dente que não está posicionado da forma correta e sem boa higienização, podem resultar na perda de outros dentes ao redor e comprometer a mordida do paciente, pelo pouco espaço da arcada maxilar”, complementa Torezan.
Sobre o Dr. José Flávio Torezan
- Graduado em Odontologia pela faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas/SP (entre 1988 e 1991);
- Residência em Odontologia Hospitalar pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (entre 1992 e 1993);
- Especialista e mestre em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-faciais pela FOP-UNICAMP (1995-1998);
- Doutorando em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-faciais pela FOP-UNICAMP (2009 até a presente data);
- Professor coordenador do curso de especialização em implantes da Associação Paulista dos Cirurgiões Dentistas de Campinas (desde 1998);
- Ex-professor adjunto de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-faciais da Universidade de Santo Amaro (entre 1999 e 2005);
- Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-faciais;
- Membro da International Association of Oral and Maxillofacial surgeons.Filiado ao Royal College of Surgeons (London);
- Cirurgião buco-maxilo-facial em clínica privada com atividade exclusiva em cirurgia ortognática, cirurgia das ATM’S, cirurgias reconstrutivas maxilo faciais e tumores de boca;
- Atua nos Hospitais Israelita Albert Einstein, Sírio Libanês, Alemão Osvaldo Cruz, Santa Catarina, São Luiz e Hospital do Coração, em São Paulo/SP.
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