Muito antes dos sambas enredos das escolas de samba e dos trios elétricos fazerem sucesso, quem animava os foliões eram as marchinhas de Carnaval. Elas tinham ritmos alegres, inicialmente inspirados nas marchas portuguesas e depois com a inserção de instrumentos de sopro, como o trompete e o saxofone.
As letras eram inspiradas em temas polêmicos da época, cheias de duplo sentidos e com muito humor. Não havia temática proibida quando o assunto eram as marchinhas de Carnaval, o que valia era a criatividade e a brincadeira.
A origem das marchinhas de Carnaval
As marchinhas de Carnaval nasceram no Rio de Janeiro e tomaram conta de todo o Brasil. A primeira delas foi a “Ó abre alas”, composta pela pianista e regente Chiquinha Gonzaga, em 1889, para animar o cordão carnavalesco Rosa de Ouro.
O auge do gênero das marchinhas ocorreu entre os anos de 1920 e 1960, quando os foliões saiam para as ruas entoando as principais canções do Carnaval.
Após esse período, as marchinhas foram perdendo espaço para os trios e sambas enredo, mas até hoje as principais delas ainda animam os carnavais do Brasil.
Concursos para eleger as melhores marchinhas de Carnaval ainda existem e são muito concorridos. Claro que o ritmo e os temas abordados mudaram um pouco, mas a essência do gênero ainda continua a mesma, que é agitar os foliões dos blocos de rua e dos bailes carnavalescos.
As principais marchinhas de Carnaval
Assim como a pioneira “Ó abre alas”, muitas das antigas marchinhas de Carnaval são hinos nas festas carnavalescas atuais. Essa é uma tradição que não morreu e que segue contagiando os mais jovens. Por isso, certamente você irá reconhecer alguma das canções a seguir:
1. “Cidade Maravilhosa”
Foi o primeiro “hino” de adoração ao Rio de Janeiro e animou os foliões no Carnaval de 1935. A composição é de André Filho.
2. “Mamãe eu quero”
Esta é uma marchinha que é tradição em todos os bailes de Carnaval. O ritmo animado e a letra humorística são tão atuais que nem parece que ela foi composta em 1935 por José Luiz Rodrigues Calazans e Vicente Paiva.
3. “Saca Rolha”
Foi composta, em 1954, por José e Zilda Gonçalves, em parceria com Vilmar Machado e se tornou um clássico do Carnaval boêmio.
4. “Índio quer apito”
Essa marchinha foi o resultado mais conhecido da parceria entre os compositores Haroldo Lobo e Milton de Oliveira no ano de 1960.
5. “Cabeleira do Zezé”
Composta em 1963 e , segundo o compositor João Roberto Kelly, em uma mesa de bar, a marchinha “Cabeleira do Zezé” questionava o uso de cabelos compridos pelos homens.
6. “Marcha do remador”
Ficou famosa nos bailes carnavalescos de 1964 na voz de Emilinha Borba. Porém, a autoria da canção é de Antônio Almeida e Oldemar Magalhães.
7. “Maria Sapatão”
É mais uma composição de sucesso de Roberto Kelly, só que desta vez em parceria com um dos maiores ídolos da televisão brasileira: Chacrinha. A canção foi sucesso no Carnaval do ano de 1980 e causou muitas polêmicas por conta de sua letra.
Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão Doutíssima!