A fala da personagem interpretada pela atriz Renée Zellweger, no filme O diário de Bridget Jones, retrata sentimentos peculiares a milhares de mulheres mundo a fora, que se enxergaram na mulher de 32 anos que, numa virada de ano resolve tomar o controle de sua vida.
Ela começa escrevendo um diário, onde retrata suas qualidades e defeitos e sua guerra diária com peso, carreira e solidão:
Todas somos um pouco Bridget Jones. Foto: iStock Getty Images
“Em momentos como esse, continuar a viver parece impossível e comer tudo o que há na geladeira parece inevitável. Tenho duas opções: Desistir e aceitar o estado permanente de solteira e eventualmente ser comida por cães, ou não. E dessa vez escolhi o não. Não serei derrotada por um homem mau e uma americana varapau. Em vez disso escolho a vodca. E Chaka Khan.”
A personagem foi criada pela escritora britânica Helen Fielding, que protagonizou o livro em forma de diário lançado em 1996. Desafios, inquietações e angústias de toda uma geração foram escancarados na obra.
O Diário de Bridget Jones
O diário conta com relatos muito bem humorados dos problemas com o trabalho, e que são inerentes à milhões de mulheres que chegaram de vez ao mercado e precisam conquistar nele seu espaço; as dificuldades da busca pelo homem ideal, que vieram como brinde no pacote de liberdade e independência que foi tão sonhado.
E de quebra, a consequência trágica da loucura do dia-a-dia, as apavorantes calorias. Bridget Jones ainda traça uma guerra contra cigarros e o álcool, fatores que também integram o dia-a-dia de muitas mulheres contemporâneas.
As dificuldades em lidar com estas emoções e sentimentos, retratadas no Diário de Bridget Jones só retratam a realidade da mulher atual. Por isso, a personagem conquistou uma legião de fãs que deram muitas gargalhadas nas linhas do livro ou nas cenas do filme, mas internamente, iam se solidarizando com tantas outras, e engrossando fileiras.
No livro, a personagem vive entre a compulsão alimentar e a desesperadora vontade de perder peso. Estas guerras internas da personagem estão diretamente ligadas aos conflitos pela realização profissional e a busca pelo príncipe encantado.
Fãs de Bridget Jones
Logo que foi lançado, o livro conquistou uma legião de fãs e se tornou a voz de toda uma geração de mulheres divididas entre expectativas e frustrações. Catorze anos após o último livro, Bridget Jones: No limite da razão, traz a personagem ainda mais viva – e ativa – do que nunca.
Além de manter a atenção à balança e manter-se longe de cigarros, agora ainda tem as redes sociais e suas armadilhas.
Ainda às voltas com a vida amorosa, Bridget se consagra como uma das personagens mais divertidas da literatura feminina contemporânea. Bridget Jones: Louca pelo Garoto traz um desfecho inesperado para a história que já conhecemos, sem deixar de abrir portas a outras aventuras. A leitura é obrigatória e as gargalhadas são garantidas.
O que se garante ainda é a imensa realidade desta ficção. Uma carreira, um namorado, quilos a menos. Que jogue a primeira pedra a mulher que, beirando os 30, nunca tenha se escabelado pensando neste triângulo malfazejo, algoz da mulher moderna.
E se você ainda não chegou lá, prepare-se para um dia ter que vestir a carapuça de Bridget Jones, e encarar de frente esta trilogia que vem para todas, é só uma questão de tempo.
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