Esporte de alto contato físico, que chama a atenção pelas trombadas entre os atletas, o rugby vem ganhando espaço entre as modalidades praticadas no Brasil. Boa parte dessa ascensão se deve à sua presença nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, voltando a figurar no evento 92 anos depois da última aparição.
Informações da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) atestam essa crescente popularidade. Se, em 2004, eram 5,4 mil praticantes do esporte no país, houve um salto para 30 mil em 2010 e a projeção da entidade é que, no ano que vem, a modalidade alcance os 60 mil atletas.
Seleção brasileira de rugby treina para representar o país nas Olimpíadas de 2016. Foto: A. Ricardo, Shutterstock
Em 2011, a pesquisa Muito Além do Futebol – Estudo sobre esportes no Brasil, realizada pela consultoria Deloitte, identificou o rugby como a modalidade que mais cresce no país, na visão de 17% dos 700 entrevistados. Com 26%, o esporte também foi avaliado como o menos conhecido pela população.
Outro dado interessante do levantamento é que, apesar de apenas 1% dos entrevistados se declarar como praticante do rugby, 3% afirmaram ser essa a sua modalidade favorita. O resultado colocou o esporte como o 16º preferido entre os brasileiros.
As origens do rugby
O rugby é um esporte coletivo criado na Inglaterra, na cidade de mesmo nome, em 1823. Há uma lenda que indica que essa modalidade surgiu a partir de um passe irregular em um jogo de futebol, dando ideia sobre um novo jeito de competir. Hoje, mais de 120 países participam de campeonatos locais, regionais e internacionais com times profissionais.
O esporte desembarcou nesse lado do Atlântico ainda no século XIX, em Salvador (BA), junto com imigrantes ingleses. A primeira partida oficial em solo brasileiro foi registrada em 1888, mesmo ano em que foi fundado o São Paulo Athletic Club, que incluía o esporte nas atividades disponíveis para os associados.
Esporte coletivo exige preparo físico e boa condição muscular dos atletas. Foto: iStock, Getty Images
Como funciona um jogo de rugby
Há mais de uma maneira de praticar o esporte. De acordo com a CBRu, a versão mais tradicional é o Rugby Union 15, que conta com 15 jogadores em cada time. Ainda existe o Rugby 7 (uma versão mais ágil com sete jogadores para cada lado), o Rugby Tag (modalidade que não envolve o contato físico e é ideal para crianças) e o Beach Rugby (praticado na praia).
O Rugby Union 15 é praticado em um campo de grama que possui sete linhas: uma central marcando o meio de campo e outras paralelas, na marca dos 10, 22 e 44m para cada lado do ponto central. A última marcação nas extremidades não delimita o final da área de jogo, e sim a linha do gol. Centralizada nessa área está a crossbar, uma espécie de goleira aérea.
As partidas são controladas por um árbitro e dois assistentes, assim como no futebol. O tempo de jogo é dividido em duas etapas de 40 minutos cada.
O objetivo do jogo é fazer mais pontos que o time adversário. As equipes podem fazer pontos com um Try, que vale 5 pontos, que é quando o jogador ultrapassa a linha mais extrema do campo com a bola em mãos e a encosta no solo. Após essa jogada, a equipe ainda tem direito a tentar um chute valendo mais 2 pontos.
No rugby, também há penalidades que dão a chance de um chute ao time adversário. Se o chute em direção à crossbar for bem sucedido, a equipe ganha 3 pontos. Por último, o drop goal, que é um chute que pode ser feito em qualquer momento da partida por qualquer jogador, garantindo 3 pontos ao cruzar a goleira aérea.
Mulheres também promovem disputas acirradas em competições de rugby. Foto: A. Ricardo, Shutterstock
Características do jogador
O rugby é um esporte democrático por não exigir um tipo físico específico. Tanto nas modalidade femininas quanto masculinas, há espaço para pessoas baixas ou altas, ágeis ou fortes, magros ou com sobrepeso e qualquer um que queira praticar.
É uma modalidade que desenvolve a força, mas é preciso ficar de olho para prevenir as contusões. Nesse sentido, o preparo físico é essencial. Se você se interessou, procure um time amador perto de você e pergunte sobre as condições para participar.
Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão Doutíssima! Clique aqui para se cadastrar!
