Em uma rotina cada vez mais atarefada e cheio de compromissos para o pouquíssimo tempo disponível, as pessoas se esforçam e ficam cada vez mais tempo acordadas para conseguir manter todos os afazeres. Esse hábito constante faz com que o nosso cérebro demore cada vez mais para “desligar”, provocando insônias e aumentando a popularidade dos remédios para dormir. O maior problema em torno dessa questão é que muitas pessoas acabam se automedicando sem se importar com os verdadeiros riscos desses remédios.
Em uma entrevista cedida ao site DaquiDali, o médico Dr. Frederico M. Haidar Jorge, neurologista do Hospital das Clinicas de São Paulo, esclarece as principais dúvidas sobre os remédios para dormir. Veja só:
Tudo sobre remédios para dormir
– Para que esses medicamentos são realmente destinados?
Eles são indicados como terapia coadjuvante às medidas não farmacológicas no tratamento da insônia, nunca sendo instituídos isoladamente.
– Quais os riscos que serem tomados sem prescrição médica?
Existem pelo menos 8 classes de medicamentos para o tratamento da insônia e para cada um deles há diversos riscos, efeitos colaterais e contraindicações. Por exemplo: risco de dependência, sintomas gastrointestinais, tontura, cefaleia e fadiga. Em quem tem apneia do sono, alguns deles podem piorar os eventos respiratórios. E a maioria é contraindicado em gestantes.
– Qual o efeito deles a longo prazo? É verdade que degeneram os neurônios?
Cada medicamento terá sua particularidade e uma vez que o paciente não apresenta contraindicações a sua introdução e nem efeitos colaterais incapacitantes, deve-se atentar principalmente para os riscos de dependência medicamentosa a longo prazo. Quanto a segunda pergunta, não é que esses medicamentos degeneram os neurônios, mas alguns deles (por exemplo, os ansiolíticos) agem como depressores do sistema nervoso central levando a uma menor atividade neuronal, o que por consequência aumenta o risco de episódios de amnésia. Eles também pioram cognitivamente os pacientes com demência (por exemplo, doença de alzheimer), o que configura uma das principais razões para serem evitados nos idosos.
– Quando a pessoa pode se considerar viciada em remédios para dormir?
É preciso saber se o indivíduo está fazendo um tratamento adequado ou não, porque com nenhum desses medicamentos é permitida a automedicação, visto os riscos e os critérios de introdução e manuseio deles. Consequentemente, um seguimento médico não adequado ou a autoprescrição leva a uma maior chance de dependência e exposição aos efeitos colaterais.
– Ansiolítico pode ser considerado um dos remédios para dormir?
O “ansiolítico” é o nome popular para os benzodiazepínicos (uma das classes de medicamentos para o tratamento da insônia) e muitas vezes são úteis, principalmente, quando há um componente de ansiedade associado. Mas é importante ressaltar que estes não são considerados tratamento de primeira linha, eles estão relacionados a insônia crônica e mesmo quando indicados devem ser por um período curto de 3 a 4 semanas apenas.
– Há algum indutor natural do sono para substituir os medicamentos?
Existem diversas medidas não medicamentosas que devem ser incentivadas, tanto por não possuírem efeitos colaterais como por promoverem uma melhor qualidade de vida, como: relaxamento, controle de estímulos, terapia cognitivo-comportamental e higiene do sono.
Se você não for adepta ao remédios para dormir, veja aqui algumas dicas de métodos naturais que podem te ajudar a desfrutar de uma boa noite de sono.
– Não tirar cochilos durante o dia
– Não comer muito antes de dormir
– Tentar manter uma rotina de sono, deitar-se e levantar-se sempre na mesma hora.
– Realizar atividades que aliviam o estresse pouco antes de dormir
– Desligar aparelhos eletrônicos como TV, computador, celular, relógios ou despertadores antes de se deitar.
– Preparar e reservar o quarto somente para dormir e para o contato íntimo.
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