Mulheres que recorrem a tratamentos hormonais para realizar o sonho da maternidade podem esbarrar em um sério problema: a síndrome da hiperestimulação ovariana. A complicação pode ocorrer por uma resposta exagerada aos medicamentos para estimular a produção de óvulos e causar problemas diversos à mulher.
Estima-se que até ¼ das mulheres que utilizam hormônios para tentar engravidar podem sofrer com os sintomas do grau leve da doença. Poucas mulheres, entre 1 a 2%, que fazem este tipo de tratamento sofrem com os sintomas severos da síndrome da hiperestimulação ovariana.
O que é a síndrome da hiperestimulação ovariana
Ocorre algum problema quando, por algum motivo, o ovário responde de forma exagerada ao medicamento aplicado na mulher que deseja engravidar. Alguns fatores aumentam a probabilidade de mulheres serem afetadas por este problema.
São considerados fatores que aumentam o risco da síndrome da hiperestimulação ovariana: mulheres que sofrem com ovário policístico, pouca idade, mulheres magras, alto nível de estrogênio, mulheres que sofrem de enxaqueca, casos anteriores da síndrome e gestação de múltiplos.
Geralmente os sintomas podem começar poucos dias após a aplicação da medicação. Os casos leves da síndrome da hiperestimulação ovariana podem ocasionar sintomas como desconforto abdominal, náuseas e diarreia.
Quando há sintomas um pouco mais fortes, a mulher pode perceber todos os sintomas do grau leve, além de ganho de peso significativo, aumento abdominal, urina concentrada, ressecamento de pele e cabelo, entre outros.
Nos casos graves da doença, todos os sintomas são sentidos de forma mais intensa, além de derrame pleural, dores no baixo ventre, dores nas pernas e no peito, inchaço acima da linha da cintura, ganho de peso anormal e muito rápido, anormalidade de coagulação e comprometimento respiratório.
Tratar a síndrome da hiperestimulação ovariana
Nos casos leves e moderados, os sintomas devem desaparecer entre uma a duas semanas. O caso é mais sério se ocorre de fato a gestação, pois os sintomas podem ser considerados bem mais graves. A melhora geralmente ocorre após a mulher menstruar novamente.
O diagnóstico é feito com base no relato dos sintomas – e, como a mulher está em tratamento para engravidar, o médico deve reavaliar seus ovários e útero através de um ultrassom, podendo identificar ovários inchados e grandes cistos cheios de líquido.
Após identificar o problema, o médico também irá avaliar o grau de severidade da síndrome da hiperestimulação ovariana para saber como proceder.
O tratamento, nos casos leves, pode ser apenas de acompanhamento, medição da circunferência abdominal, controle de peso e tratamento do desconforto causado por algum sintoma. Neste caso, espera-se que todos sintomas acabem quando a mulher menstrua ou ocorre a concepção.
No grau moderado, onde pode haver diarreia e vômito, o acompanhamento geralmente ocorre com a indicação de hidratação com reposição de eletrólitos, com bebidas tipo isotônica ou suplementos, exames de sangue e ultrassonografia.
Nos casos mais severos da doença pode ser necessária intervenção médica com aspiração de líquido acumulado na cavidade abdominal ou na pleura e medicamentos para a dor. Quando a síndrome ocorre durante a fertilização in vitro, a implantação de outros embriões deve ser adiada por um tempo.
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