Em princípio a hiperpigmentação, fenômeno que provoca o escurecimento nítido de algumas regiões da pele, é um incômodo estético. Mas, ao mesmo tempo, as manchas associadas à hiperpigmentação podem ser anúncio de patologias mais sérias.
Hiperpigmentação pode ser causada pelo sol
Portanto, ao perceber alterações na tonalidade da superfície cutânea, principalmente se estas deixarem a coloração marrom para ganhar tons de cinza, preto ou mesmo azul ou verde, é fundamental que um médico seja consultado.
Quando não associadas a doenças mais graves, a hiperpigmentação pode ter como causa a exposição ao sol; traumas locais; contato com frutas cítricas conjugadas com luz solar; alergias.
Também podem estar relacionadas à hiperpigmentação enfermidades dermatológicas mais simples, como melasma; hipercromia pós-inflamatória (marcas na pele oriundas de processos inflamatórios como picadas de insetos, espinhas e depilação); linea nigra; melanoniquia estriada (sinais acastanhados na cútis).
Manchas senis, sardas, pintas e hábito prolongado de fumar de igual maneira podem contribuir para o surgimento de hiperpigmentação.
Já quando tem relação com distúrbios mais preocupantes de saúde, a hiperpigmentação pode estar ligada a uma variedade de patologias, dentre elas:
– Doença de Addison, caracterizada pelo aumento dos hormônios que fazem a propulsão da síntese de melanina, entre eles o melanócito estimulante (MSH).
– Doença de Cushing.
– Acantose nigricans – hiperpigmentação das áreas intertriginosas integradas à resistência à insulina.
– Câncer de pele, especialmente melanoma.
-Peutz-Jeghers, patologia autossômica que desencadeia máculas pigmentadas nos lábios e mucosa oral.
– Doença celíaca
– Porfíria
– Hemocromatose (quando há acúmulo crônico de ferro no metabolismo)
– Alterações hormonais.
Exames para identificar a hiperpigmentação
Para poder ser tratada, a hiperpigmentação deve, primeiramente, ter seu agente motivador identificado. A avaliação clínica é sempre o primeiro passo. Exames de sangue e micológicos diretos podem complementar as observações do dermatologista. Em alguns casos, a biopsia da pele – dermatoscopia – pode ser requerida.
Para atenuar as manchas provocadas pelo problema, são geralmente prescritos cremes despigmentantes, crioterapia com azoto líquido, laser, luz pulsada e peeling (que pode ser glicólico, mandélico e kójico).
A terapia sistêmica pode incluir também: produtos com antioxidantes (selênio, vitaminas CE e E); hidratantes (ômegas 3, 6 e 9) e protetores (licopeneo, luteína e B-caroteno). A eletroporação é mais uma alternativa empregada – a ideia é otimizar a penetração de princípios ativos com atividade despigmentante nas camadas da pele.
A melhor técnica ou a junção de duas ou mais depende da percepção do médico, que considera, naturalmente, o grau de acometimento da pele pelo escurecimento causado pela pigmentação excessiva.
O uso de produtos clareadores sem o aval de um especialista pode ser prejudicial à pele e inclusive agravar as máculas. O uso de loção solar com altos níveis de proteção contra raios UVA e UVB é essencial durante e após o tratamento, já que o sol pode não apenas levar à hiperpigmentação, mas também ser fonte de outros danos à pele.
Ainda que as manchas escurecidas possam ser reduzidas, a reincidência delas é bastante provável. Portanto, o mínimo de exposição ao sol possível e a eliminação do cigarro (causador de melanose) podem ajudar a manter o problema sob controle.
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