Clínica Geral

Azia e queimação: como enfrentar esse problema

Por Redação Doutíssima 07/01/2015

Bastante comuns no mundo inteiro, azia e queimação são problemas que já atingem, ao menos uma vez por semana, 15% de toda a população global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). E os números não param de crescer.

Apenas no Brasil, conforme dados da revista Arquivos de Gastroenterologia, 22 milhões de adultos costumam relatar no mínimo uma ocorrência por ano. Destes,10% têm crises rotineiras (mais de uma vez por semana) e outros 40% alegam vivenciar os sintomas esporadicamente.

Isso sem contar os cerca de 35 milhões de brasileiros, de todas as faixas etárias (inclusive bebês), portadores de refluxo gastro-esofágico, cujo principal sintoma é a azia crônica.

 

azia e queimação

Controlar a alimentação pode ajudar a evitar os incômodos. Foto: iStock, Getty Images

 

Causas de azia e queimação

A origem orgânica da azia e queimação no estômago tem relação com o aumento de ácido gástrico produzido durante a digestão e seu consequente refluxo para o tubo esofágico. O ardor acontece porque o suco gástrico, extremamente potente e agressivo, corrói o canal de condução dos alimentos.

Porém, essa anomalia ocorre em função de maus hábitos externos, tais como obesidade, sedentarismo, dieta inadequada, consumo excessivo de cafeína e substâncias tóxicas, como álcool e cigarro e demais drogas, inclusive medicamentosas.

O refluxo pode ser ocasionado, ainda, por hérnia de hiato ou outra disfunção na válvula denominada esfíncter esofágico inferior (EEI).

Encarregado da conexão entre o esôfago e o estômago, é esse músculo que retém alimentos e suco gástrico em seus devidos compartimentos, mas sob ataque torna-se incapaz de conter o ácido no seu lugar de origem, porque não se fecha o suficiente.

Medidas contra azia e queimação

O tratamento para azia e queimação objetiva não apenas eliminar estes sintomas, mas atacar diretamente suas causas, por isso a importância de um diagnóstico preciso. A solução, em geral, depende do controle dos hábitos cotidianos, em especial a relação com os alimentos.

Alguns dos principais itens a serem observados e ajustados são os seguintes:

 

1. Mastigação

Mastigar bem os alimentos, comendo lentamente e triturando-os ao máximo ainda na boca, facilita bastante o trabalho do estômago, que então produz menos ácido.

 

2. Cardápio

Controlar e evitar azia passa por manter distância de alimentos gordurosos, frutas ácidas, condimentos, embutidos e verduras com pH ácido, tais como couve, couve-flor, brócolis, repolho, nabo, rabanete, pepino e tomate.

 

3. Rotina alimentar

Longos intervalos entre as refeições aumentam as chances de azia e queimação, porque há acúmulo do suco gástrico durante os jejuns. Por outro lado, alimentar-se a cada três horas mantém o sistema digestivo funcionando e evita que haja sobrecarga na produção do suco gástrico.

 

4. Excesso

Exagerar no tamanho do prato ou na quantidade ingerida também são estímulos para refluxo. Quanto maior a refeição, mais chances de superlotar o estômago e permitir que o suco gástrico alcance o esôfago.

 

5. Esforço físico

Durante as duas horas seguintes a uma refeição, o estômago acumula a maior quantidade de ácidos. Por isso, é aconselhável evitar atividades físicas ao longo desse período.

 

6. Café e chá preto

Tanto uma quanto a outra bebida devem ser evitadas, pois ambas relaxam muito o esfíncter, facilitando o refluxo, principalmente após refeições. O ideal é utilizar no máximo duas xícaras diárias destes líquidos, substituindo-os por chás verdes.

 

7. Álcool

Bebidas alcoólicas irritam naturalmente o sistema digestivo, estimulando a produção de ácido e diminuindo a capacidade de contração do esfíncter. O consumo deve ser evitado tanto durante quanto após as refeições, mas principalmente em jejum.

 

8. Cigarro

Além de diversos males ao pulmão e ao organismo em geral, o fumo também reduz a proteção da mucosa estomacal, tornando o órgão mais sensível à queimação ocasionada pelo suco gástrico e facilitando não apenas o refluxo, mas também o surgimento de úlceras no estômago.