Ambientada na grande São Paulo da década de 1940, a novela Êta mundo bom – atual do horário das 18h da Rede Globo – é fonte de inspiração para as espectadoras quando o assunto é figurino. Escrita por Walcyr Carrasco, a trama apresenta um contraste interessante entre as produções das personagens em núcleos distintos: o interior e a capital do estado.
O figurino de Êta mundo bom
Inspirado pelo conto Cândido ou O Otimismo, publicado em 1759 por Voltaire, o roteiro conta a história de Candinho, interpretado por Sérgio Guizé, que deixa o interior de São Paulo para ir em busca de sua mãe biológica na capital. Como já é de costume nas novelas de época da emissora, o figurino é caprichado para ambientar o espectador.
A figurinista Beth Filipecki, responsável pela caracterização dos atores, apostou em peças de renda e cetim para compor os trajes usados por Sandra, interpretada por Flávia Alessandra, e Ilde, vivida por Guilhermina Guinle, pois na época as mulheres da capital se inspiravam nas divas do cinema hollywoodiano para se vestir.
Além dos tecidos atemporais, as composições das personagens da capital são marcadas por cores vivas, como verde, violeta e vermelho. Elas aparecem em modelos de vestidos manualmente elaborados, com decotes e saias em camadas. Vale se inspirar no luxo para uma festa de gala.
Emma, interpretada por Maria Zilda, é empresária e dona de uma loja de roupas na novela. O visual dela brinca com a questão cíclica da moda, uma vez que mostra como o estilo sportswear americano – que atualmente também está bombando – vinha como uma alternativa mais confortável e prática para a mulher, em oposto às tendências europeias.
Dessa forma, a novela contextualiza o período próximo à década de 1950, quando a realidade das calças com bolsos aparentes e cintos no vestuário feminino começava a chegar no Brasil. Atualmente, vale relembrar que esta proposta de um look mais comfy, esportivo e prático para o dia a dia é válida: usar um tênis com vestido ou um abrigo com salto alto, por exemplo.
Já no núcleo ambientado na fazendo do interior de São Paulo, principal cenário da novela, os personagens são autênticos caipiras. Por isso, o vestuário é marcado essencialmente por tecidos como algodão e viscose, cuidadosamente trabalhados para garantir a impressão de que são peças antigas e reaproveitadas. Tons alaranjados e terracotas predominam.
Êta mundo bom: cabelo e maquiagem
Nem só do figurino nasce um personagem. Para completar a transformação, a equipe de caracterização – cabelo e maquiagem – também é fundamental. As mulheres mais modernas apresentam sobrancelhas arqueadas e olhos bem marcados, com rímel e delineador. Nas unhas, esmaltes com tons vibrantes, como vermelho e rosa.
Já os cabelos surgem com a marca dos badoches, rolos bem característicos dos anos 1940 para modelar os fios cacheados. Ou seja, ondulados largos e pontas para cima são fundamentais no penteado das personagens ricas da capital. Já para as que apresentam um visual mais clássico, a make é básica e composta por tons de nude bem naturais. Vale se inspirar.
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