Problemas que afetam o crescimento e a boa formação da boca aparece já na infância e pode comprometer a qualidade de vida das crianças.
Inspirado na frase lapidar atribuída ao ortopedista funcional mineiro, doutor Edson Diniz Dutra “criança também tem má oclusão!”, lanço a você a pergunta: como vai o sorriso de nossas crianças?
Nada melhor que receber um abraço apertado de nossos filhos e ver seus rostinhos lindos, sempre sorrindo com alegria. Ficamos contentes em saber que estão se alimentando bem, crescendo fortes e saudáveis. Apreciamos vê-los dormindo tranquilos. É emocionante perceber suas novas palavras e ouvir a cada dia os repetidos esforços em pronunciá-las.
Quando os vemos correndo, pulando, dançando ou mesmo chorando, soluçando e fazendo caretas temos sempre presente a expressão de seus rostinhos. Não hesitamos em lhes proporcionar o melhor em tudo que estiver ao nosso alcance: educação, saúde, lazer, segurança. E, para que isso seja possível, é importante estar muito bem informado.
Boa parte da qualidade de vida de nossas crianças está intimamente relacionada ao bom desempenho de suas bocas. É essencial ter bons dentes, sem cáries e com gengivas saudáveis. Para isso, recomenda-se o uso da escova, do fio e o creme dental, além de visitas periódicas ao dentista.
Mas o sorriso de nossas crianças vai muito além de dentes sem cáries. E este artigo pretende chamar sua atenção para cuidar de um problema que, desde os primeiros anos de nossas crianças, tem ocorrido muito mais do que as cáries: a má oclusão dentária.
Acima você visualiza uma dentição de leite (decídua) alterada com mordida aberta e cruzada funcional do lado direito. em casos como este, O tratamento na infância, desde seu aparecimento, além de indicado e oportuno tem excelente prognóstico.
O que é má oclusão dentária
A má oclusão dentária compreende uma série de alterações no crescimento e desenvolvimento da boca. E já ocorre nas crianças pequenas.
O leitor poderá ficar surpreso, mas, a má oclusão dentária está presente em 7 de cada 10 crianças com dentes de leite. Portanto, cerca de 70% das crianças na faixa etária entre 3 e 6 anos de idade já apresentam problemas que devem ser reconhecidos e tratados por um especialista.
Mas não há surpresa nenhuma constatar que, para a maioria das pessoas, ainda perdura a informação de que tratamento corretivo dos dentes deve ser iniciado somente depois que todas as trocas dentárias já tenham ocorrido, em geral, por volta dos 12 anos de idade.
Talvez este equívoco esteja baseado na crença de que não há o que fazer antes disso e de que exista algum determinismo genético que, irremediavelmente, manifestará a má oclusão dentária nas crianças.
Muito além dos dentes
Infelizmente predomina ainda a ideia de que os dentes representam o principal problema a ser corrigido com aparelhos odontológicos. Na verdade, os problemas que prevalecem na infância são funcionais (alteração no funcionamento dos músculos dos lábios, da língua e das bochechas, respiração pela boca, alterações da deglutição e da mastigação, apertamento e ranger de dentes) e ortopédicos (relacionados ao pouco ou excessivo crescimento dos ossos maxilares).
Geralmente, alterações funcionais e ortopédicas na infância coexistem e mais tarde darão origem a problemas ortodônticos-cirúrgicos graves, como falta de espaço para os dentes permanentes, mordidas cruzadas e mordidas abertas esqueléticas. Nestes casos, se consolida uma face desfavorável tanto do ponto de vista funcional quanto estético.
Saiba que:
- A melhor fase para prevenir ou mesmo tratar problemas ortopédicos e funcionais na boca de seus filhos é na infância;
- Que em alguns casos os tratamentos podem iniciar a partir dos 3 ou 4 anos de idade e nem sempre são utilizados aparelhos para corrigi-los;
- Que existe uma especialidade reconhecida pelo Conselho Federal de Odontologia chamada Ortopedia Funcional dos Maxilares, que é voltada exclusivamente para este tipo de tratamento;
- Que nenhum dos aparelhos ortopédicos funcionais para tratar a má oclusão dentária ficam presos aos dentes, não são ‘supercoloridos’ e usá-los não dói;
- Que na quase totalidade dos casos não se realizam extrações de dentes permanentes nem se usam aparelhos extraorais (aparelhos por fora do rosto);
- Que as crianças, normalmente, apreciam muito utilizá-los;
- Que o tratamento ortopédico funcional pode auxiliar as crianças a mastigar bem, respirar e engolir melhor, além de proporcionar um sorriso mais bonito minimizando a necessidade do uso de aparelhos fixos na adolescência ou mesmo de tratamentos cirúrgicos ortognáticos;
- Que o especialista que deve orientá-lo é o Ortopedista Funcional dos Maxilares;
- Que existe um especialista perto de você e os tratamentos pode ser financeiramente acessível.
Agora você sabe que para um sorriso bonito os cuidados começam muito cedo!
Artigo postado originalmente no blog do Dr.Otavio Dutra.
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