Os tempos modernos andam tão, mas tão modernos que os relacionamentos convencionais andam perdendo sua popularidade, sendo substituídos por outras formas de amor – como a do relacionamento aberto. O interessante é que no relacionamento aberto, os princípios de base mudam. Cobranças e convivência exagerada, por exemplo, são terminantemente proibidas! Os casais que optam por um relacionamento aberto priorizam a individualidade, e é claro, a liberdade.
Afinal, como funciona um relacionamento aberto?
A ideia pode parecer estranha no começo, mas os casais acabam acostumando – e quem vê de fora também. Na verdade, o relacionamento aberto é uma espécie de fuga dos padrões sociais. “Todo mundo tem vontade de sair com outra pessoa ou de ficar sozinho, mas isso não significa que queira ficar solteiro. Só que ninguém assume isso. Aí, mente, trai, engana. Eu prefiro ter um relacionamento sincero, baseado na pura vontade de fazer as coisas e não no que é bonito e correto, segundo os outros”, declara o advogado Rômulo Malheiros.
Parece uma boa ideia, não? Você tem alguém que gosta de você e vice-versa, alguém especial… mas pode variar e conhecer pessoas novas quando bem entender! A engenheira Carla Macedo relata que ela e seu namorado adotaram o relacionamento aberto para espantar o tédio e a rotina, e afirma que a experiência é ótima: “Já fui casada e não tenho mais tempo a perder com bobagens conjugais. A vida é uma só, e eu quero vivê-la da melhor forma possível. Por esse motivo, procuramos nos manter realizados individualmente. Eu viajo sozinha, tenho o meu círculo de amizades e até rolinhos passageiros, não me prendo ao meu namorado e nem ele a mim. Somos pessoas independentes, não temos aquela relação dos casais comuns. Mas quando a saudade pinta a gente fica junto”, diz Carla.
A missão mais complicada em um relacionamento aberto é saber diferenciar suas bases fundadoras: maturidade emocional, liberdade ou apenas um relacionamento ilusório? E será que o relacionamento aberto funciona sempre? O psicólogo Jadir Lessa diz que o relacionamento aberto é simplesmente um esforço para preservar a liberdade de cada um. “Hoje em dia pregam muito essa coisa de se sentir sem compromisso. E o relacionamento ameaça este ideal. As pessoas então acham que a solução é optar por uma relação aberta”, comenta Jadir. Porém, o psicólogo pensa que de fato esta opção é ilusória, se tornando cada vez menos sadia com o passar do tempo: “No início, a pessoa acredita que pode levar adiante. Ela se prende a outra por gostar, querer estar junto, mas mantém a chave da porta, seria essa a metáfora. Só que, com o tempo, ela vai se apegando e fica difícil sair. Aí, surgem os problemas”, declara.
Para Jadir Lessa, isso tem mais chances de acontecer se a pessoa passou por um relacionamento sufocante anteriormente. Logo, ela acaba adaptando o relacionamento aberto por preferir a regra da diversão em primeiro lugar. “Existem dois tipos de ligação, a de contrato e a de contato. A primeira é a obrigação de estar junto. A segunda, o prazer. Relacionamento aberto é nada mais nada menos do que uma tentativa de só se ter a segunda, uma utopia. Eu costumo comparar ao casos dos amantes: no começo a intenção é apenas ser feliz por alguns momentos, depois as coisas se aprofundam. É impossível não ter comprometimento quando se ama”, diz Jadir Lessa.
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