Vacina contra dengue: o que a ciência prepara para enfrentar a doença

A vacina contra dengue está sob análise em diversos países, incluindo o Brasil, através de um trabalho efetivamente árduo em busca de uma forma de imunizar a população contra a doença, que registrou 3,2 milhões de casos e 800 mortes no país nos últimos cinco anos.

Otimismo sobre a vacina contra dengue

Os especialistas estão otimistas em relação à eficiência dos resultados das pesquisas sobre a vacina contra dengue. Acredita-se que, num prazo de até dez anos, possamos estar protegidos do vírus, que atinge anualmente quase 100 milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 5% delas acabam morrendo.

Estudos para a criação de uma vacina contra dengue estão na fase populacional. Foto: Shutterstock

Estratégia da vacina contra dengue

Apesar de considerada impossível, a erradicação do Aedes Aegypti, que causa a dengue, muito se tem investido em criar uma vacina contra dengue. Um dos grandes problemas enfrentados a respeito da proliferação do mosquito e da doença em si, é a ocupação desordenada do ambiente e a falta de infraestrutura dos grandes centros urbanos.

Desenvolver uma vacina contra dengue tem-se mostrado bastante complexo, devido a certas exigências. Uma delas diz respeito à necessidade da vacina imunizar contra os quatro tipos de vírus, somada à alta eficiência, com o propósito de evitar o mecanismo que resulta na dengue hemorrágica.

A ciência prega que a vacina ideal para a dengue deverá seguir exigências como imunizar de forma prolongada contra os quatro tipos de vírus e não causar dengue hemorrágica, baixo custo e baixa toxicidade e manter a quantidade mínima de microrganismos por mililitro no refrigerador ou à temperatura ambiente por cerca de três dias.

Atual estágio da vacina contra dengue

Estudos para a criação de uma vacina contra dengue estão na fase populacional. Os resultados anteriores parecem promissores e é possível que, dentro de um ou dois anos, existam amostras preliminares.

Pesquisadores brasileiros também estudam uma vacina contra dengue. O Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) trabalha no desenvolvimento de uma vacina de DNA contra o vírus da dengue.

Até o momento a vacina contra dengue foi pesquisada em camundongos e teve resultados positivos. A técnica de imunização consiste na construção de um plasmídeo recombinante contendo o gene desejado. A partir daí começa um processo para a indução de uma resposta imunológica.

Vacina contra dengue e febre amarela

Outro estudo em andamento na Fiocruz, é por meio de combinações feitas com o vírus da febre amarela, semelhante ao da dengue. Conforme a Fiocruz, o país investe em torno de R$ 10 milhões anuais com pesquisas para encontrar uma vacina contra dengue.

Na Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, foram desenvolvidos protótipos da vacina contra dengue para os quatro tipos de vírus da dengue, também por DNA. O resultado até agora é que os tipos 3 e 4 foram as que melhores funcionaram. Já os tipos 1 e 2 permanecem em fase de aprimoramento.

A intenção, segundo informações do Instituto Butantan, em São Paulo, é que um acordo mantido com os Estados Unidos possibilite a busca por uma vacina contra dengue.

Especula-se que uma universidade americana tenha desenvolvido a vacina para os quatro tipos do vírus da dengue. Bastaria, ao instituto brasileiro, estudar a viabilidade da produção da vacina contra dengue para que seja pré-testada em humanos. A previsão é de que o material chegue ao Brasil em agosto deste ano.

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