Também conhecida como kawa-kawa ou pimenta embriagante, a cava-cava é uma pequena trepadeira, perene com rizoma cilíndrico e fibroso. Chega a medir até seis metros, possui folhas grandes e lisas, em forma de coração. Suas flores são altas e esbranquiçadas. O fruto é pequeno, com uma única semente. Cresce em altitudes de 150 a 300 metros.
Esta planta se popularizou no mundo depois dos primeiros contatos entre os nativos do Pacífico, de onde é originária, e os europeus. Seus usos incluem o medicinal e o ritual. Ansiolítica e calmante, a cava-cava é muito utilizada em casos de ansiedade e estresse.
Repleta de propriedades, a planta deve ser usada com cautela, pois é tóxica. Foto: iStock, Getty Images
Cava-cava é estimulante sexual e analgésico
Entre as propriedades da planta, estão seus efeitos afrodisíacos, analgésicos, anestésicos, ansiolíticos, anticonvulsivante (para casos de epilepsia), antidepressivos, antiinflamatórios, espasmolíticos, narcóticos, relaxante e sedativos. A parte utilizada é o rizoma (caule subterrâneo).
Um estudo realizado na Austrália em 2013 revelou a eficácia da planta como terapia para tratar a ansiedade crônica, estresse, distúrbios do sono, artrite e a falta de desejo sexual feminino (o desejo aumenta por um efeito indireto).
No entanto, os cientistas australianos alertam que não são todas as pessoas que respondem positivamente ao tratamento. Ainda hoje, os nativos das ilhas do Pacífico oferecem aos visitantes uma bebida amarga à base de cava-cava.
O termo cava faz alusão a seu caráter aromático nas suas regiões de origem. Segundo relatos, o uso da planta teve início depois da observação de ratos, que roíam as raízes deste arbusto, caiam inertes e depois voltavam a atividade normal.
A cava-cava pode ser utilizada através de tintura (líquido) ou em forma de cápsulas que contenham seu extrato seco ou pó. A tintura é obtida com a trituração do rizoma seco, maceração em água fria e percolação (purificação por filtro) do líquido.
Os extratos são preparados por meio da extração por maceração (mistura da raiz, com álcool e água). Pelo seu alto grau de toxicidade, entretanto, é conveniente o acompanhamento médico no caso de indicação de tratamento com cava-cava.
Em excesso, cava-cava prejudica o fígado
Embora tenham sido feitos estudos e os efeitos benéficos da planta tenham sido revelados, existem muitas contraindicações ao seu uso também. Se usada de forma contínua, ou em excesso, pode causar sérios danos ao fígado, resultando em icterícia e até insuficiência hepática e cirrose.
A cava-cava também não pode ser usada por gestantes, lactantes, pacientes em depressão ou com Mal de Parkinson, já que seu uso, concomitante com a medicação para a doença pode causar distonia, movimentos involuntários e espasmos musculares. Em uso constante de cava-cava, também já foram registrados casos de falência renal.
A Organização Mundial da Saúde orienta a não utilização da planta por mais de três meses, pelo seu alto grau de toxicidade. Medicamentos feitos à base de cava-cava, mesmo dentro da posologia indicada, podem afetar os reflexos motores e a habilidade na direção ou operação de equipamentos pesados.
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