A síndrome de Guillain-Barré (SGB) é uma doença neurológica capaz de provocar fraqueza muscular generalizada que, em casos mais graves, pode até paralisar a musculatura respiratória, impedindo a respiração. Geralmente desencadeada após uma infecção viral ou bacteriana, a patologia é consequência da produção inapropriada de anticorpos contra a bainha de mielina, substância que recobre e protege os nervos periféricos.
Por se tratar de uma doença autoimune, a SGB faz com que ocorra um ataque dos anticorpos contra a bainha de mielina (desmielinização do nervo), culminando na sua destruição e criando um intenso processo inflamatório, o que bloqueia a passagem dos estímulos nervosos. Em virtude desta lesão, o cérebro do paciente executa uma ordem para os músculos, mas ela não chega até eles, o que o incapacita de movimentar certos grupos musculares.
Segundo estudos, até dois terços dos pacientes com a Síndrome de Guillain-Barré apresentam um quadro de infecção respiratória ou gastrointestinal, geralmente sob a forma de diarreia, semanas antes do aparecimento da síndrome.
A infecção mais comumente associada à doença é causada pela Campylobacter jejuni, uma bactéria que provoca gastroenterites. No entanto, o surgimento da síndrome também está relacionado à infecção pelo HIV, vacinação recente, linfomas, lúpus, traumas e cirurgias.
Sintomas
O principal sintoma apresentado pela Síndrome de Guillain-Barré é a fraqueza muscular, que geralmente se inicia nas pernas e tem progressão ascendente. Em questão de horas ou poucos dias, a doença começa a subir e acometer outros grupos musculares, indo em direção a braços, tronco e face.
A patologia pode apresentar diferentes graus de agressividade, provocando apenas leve fraqueza muscular em alguns pacientes ou casos de paralisia total dos quatro membros em outros. O principal risco está nos casos em que há acometimento dos músculos respiratórios e da face.
Taquicardia (coração acelerado), hipertensão ou hipotensão, perda da capacidade de suar, arritmias cardíacas, retenção urinária ou constipação intestinal também são recorrentes em pessoas que sofrem da doença.
Tratamento da Síndrome de Guillain-Barré
Ao ser diagnosticado com a SGB, o paciente deve ficar internado para observação, mesmo com a doença leve, uma vez que o acometimento dos músculos respiratórios pode surgir rapidamente.
O tratamento é feito por meio de plasmaferese (uma espécie de hemodiálise na qual é possível filtrar os auto-anticorpos que estão atacando a bainha de mielina) e por imunoglobulinas (uma injeção de anticorpos contra os auto-anticorpos agressivos). Ambas devem ser iniciadas nas primeiras quatro semanas de doença para melhores efeitos.
Em geral, a Síndrome de Guillain-Barré progride por duas semanas, mantendo-se estável por outras duas, quando começa a regredir, podendo levar até meses para a recuperação total. Em alguns casos, a doença progride tão lentamente que ela começa a regredir antes mesmo de chegar à parte superior do corpo, o que faz com que o risco de sequelas diminua significativamente.
Quando devidamente tratada, a patologia costuma remitir por completo, deixando poucas ou nenhuma sequela. De acordo com pesquisas, 60% dos pacientes se curam completamente após um ano e 85% se recuperam o suficiente para já estarem andando sem ajuda, mantendo uma vida praticamente normal.
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